Em depoimento dado ontem (14-08) à Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ricardo Carvalho, declarou que a crise no setor só será superada com ampliação do crédito ao consumidor e redução na taxa de juros. Para Carvalho, a redução do IPI em três pontos deve estimular a compra de automóveis, mas essa é apenas uma medida temporária.
Conforme Carvalho, a carga tributária do setor no Brasil é a maior do mundo: 33% ante 17% do segundo colocado, a França. Para o dirigente, a reforma tributária preocupa: “Numa época de vacas magras, corre o risco de onerar mais ainda o setor. Reforma que onera é um retrocesso”, disse. Carvalho declarou que as montadoras geram R$ 10 bilhões em impostos diretos, R$ 1,5 bilhão em impostos indiretos, superávit de US$ 2,4 bilhões (18% do total do país) e investimentos de US$ 27 bilhões.
O setor ainda representa 4,4% do PIB Brasil, gera 92 mil empregos diretos e cerca de cinco milhões de empregos indiretos. Ricardo Carvalho declarou em seu depoimento que espera que até o final de 2003 o crédito ao consumidor seja ampliado e a taxa de juros, reduzida.