O Brasil exportou 39,92 mil toneladas de carne suína em julho, volume 1% maior que o apurado em igual período do ano passado. As receitas, de US$ 42,4 milhões, são 9,5% superiores às registradas em 2002, informa a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
"O volume só não foi maior em razão da greve nos portos. Em situação normal teríamos embarcado 45 mil toneladas", diz Cláudio Martins, diretor da Abipecs.
No ano, o total embarcado é de 274,73 mil toneladas e as receitas, de US$ 281,8 milhões. O volume é 21% maior que o apurado entre janeiro e julho de 2002 e as receitas, 12% superiores. "Apesar do embargo às importações por parte da Rússia, investimos na conquista de novos mercados. Por isso, o balanço é positivo", diz Martins.
A Abipecs voltou esforços para mercados na Ásia e América do Sul. O destaque é Hong Kong. O país importou 35,3 mil toneladas do Brasil nos primeiros sete meses, ou 91% mais sobre igual período de 2002. A receita cambial foi 75% superior, totalizando US$ 34,1 milhões. As vendas para a Argentina, de 21,9 mil toneladas no ano, voltaram aos níveis de 2001, quando o país criou empecilhos à importação para proteger sua indústria local.
Menor dependência da Rússia
A Rússia, que historicamente era responsável por 80% das exportações brasileiras, hoje responde por quase 62%. O país suspendeu as importações de Santa Catarina - maior produtor brasileiro - em razão da presença do mal de Aujeszky no rebanho suíno. A questão foi resolvida há um mês. Na semana passada, uma missão veterinária da Rússia esteve visitando 32 frigoríficos catarinenses para averiguar o status sanitário. "Todos os frigoríficos foram aprovados com louvor", afirma Martins, para quem o Brasil deve embarcar, neste ano, 370 mil toneladas de carne suína para a Rússia. "Vamos chegar ao final de 2003 com o mesmo volume exportado em 2002 para a Rússia", diz.
Se confirmado, o Brasil deve ficar com 77% da cota global de importações estabelecida por Moscou. Com o objetivo de proteger frigoríficos locais, a Rússia limitou em 480 mil toneladas suas importações de carne suína para 2003.
A Abipecs prevê exportar 500 mil toneladas neste ano, com receitas de US$ 500 milhões. O volume é 5% maior que o apurado em 2002 e as receitas cambiais, 3,8% maiores.