O mercado antecipou a piora das condições das lavouras americanas de soja, provocando forte alta de 2% nos preços ontem, na Chicago Board of Trade (CBoT). "As cotações subiram em antecipação ao levantamento de condições das lavouras, divulgado no final do pregão, e em relação ao relatório mensal de oferta e demanda", diz o corretor Renato Sayeg, da Tetras.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), houve uma piora da situação das plantações no Meio-Oeste americano em razão do clima excessivamente quente e seco. Ontem, a agência informou que 62% das lavouras estavam em condições de ótimas a excelentes, uma queda em relação aos 63% da semana anterior e aos 66% apurados no relatório divulgado há duas semanas. A pesquisa é feita em 18 estados produtores dos EUA.
De acordo com meteorologistas, a previsão para o mês de agosto é de que o clima continue predominantemente quente e seco para os próximos dias. "A situação não é desesperadora, mas certamente desperta preocupação", diz Sayeg. A situação é mais preocupantes nos estados norte-americanos de Missouri, Dakota do Sul, Minnesota e Nebraska.
Outro fator propulsor dos preços foi o forte movimento de compras especulativas detonado pelo fundos de investimento, que estavam "vendidos". "Os fundos praticamente fizeram o mercado", diz um trader, em São Paulo. Os fundos, que estavam "vendidos" em 35 mil contratos, reduziram sua posição em 6 mil contratos, para 30 mil. "Eles cobriram suas posições em razão do relatório do USDA", diz. O balanço de oferta e demanda será divulgado hoje.
Será a primeira previsão para a safra americana 2003/04. Espera-se uma safra recorde, de 80 milhões de toneladas, superior ao recorde anterior, de 78,64 milhões registrado em 2001, de acordo com pesquisa realizada pela agência de notícias Dow Jones Newswires.
Os contratos da soja para novembro, referentes à safra nova, fecharam a 530,50 centavos de dólar por bushel. Contratos para setembro fecharam a 535,25 centavos.
Ontem, o USDA também divulgou seu relatório semanal de exportações. A agência informa que os registros para a safra nova 2003/04 foram de 162 mil toneladas de soja, dentro das estimativas do mercado, que oscilavam entre 110 mil e 164 mil toneladas.