O ex-presidente do Banco Central do Brasil, Armínio Fraga, que também foi gerente de fundos do bilionário investidor George Soros, foi nomeado para membro do conselho da Bunge Brasil, a unidade brasileira da multinacional, a maior processadora de semente oleaginosas do mundo.
Fraga, 45 anos, será um dos 12 membros do conselho até abril de 2005, informou a Bunge de sua sede de São Paulo em um documento enviado à Bolsa de Valores. Em março de 1999, um mês depois de ter assumido o comando do Banco Central, durante um período de violenta turbulência da economia brasileira, Fraga elevou as taxas referenciais de juros do Brasil para 45% ao ano. Com a medida, conseguiu controlar a inflação e a restabelecer uma relativa estabilidade do real. O desequilíbrio foi provocado pela repentina saída do sistema cambial de bandas.
Ajuda especializada
"Somos uma grande companhia e sempre visamos nomear pessoas que possam nos ajudar em nossa estratégia", disse Milton Notrispe, diretor de relações com os investidores da companhia.
Fraga, que presidiu o Banco Central de fevereiro de 1999 a dezembro de 2002, aceitou o cargo um mês depois de inaugurar seu fundo de hedge no Rio de Janeiro. Em julho, Fraga ingressou no conselho consultivo da empresa G7 Group. A G7 presta serviços e fornece consultoria econômica a bancos que administram mais de US$ 100 bilhões de ativos.
Altos cargos
O ex-presidente do BC pertence agora ao grupo de ex-funcionários do governo que ocupam altos cargos no setor privado brasileiro.
Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda de 1995 a 2002, foi nomeado na semana passada presidente do conselho da Globex Utilidades, empresa varejista do setor eletrônico. Em abril, Malan foi nomeado para o conselho da União de Bancos Brasileiros, o quinto maior banco do país. Pedro Parente, secretário de gabinete do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ingressou este ano no grupo de telecomunicações e mídia RBS Participações, na qualidade de vice-presidente.