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Indústria de sucos prontos prioriza fruta brasileira



Grandes empresas de sucos prontos que atuam no Brasil estão nacionalizando a matéria-prima utilizada no processamento de seus produtos. A estratégia das indústrias é reduzir custos, eliminando a importação, e encontrar fornecedores alternativos aos tradicionais exportadores de polpa de frutas, como Chile, Argentina, Equador e México.

A mexicana Del Valle, principal empresa no mercado brasileiro, inaugurou sua fábrica em Americana (SP) em 1999 importando 100% de sua matéria-prima. Atualmente, 45% da polpa utilizada é importada e 55% é nacional, proveniente das regiões Norte, Sul e Sudeste, segundo fontes da empresa.

Até mesmo a brasileira Sucos Mais - segunda do mercado - importa matéria-prima. De acordo com João Luis Castanheira, diretor industrial da empresa, a Mais importa 30% de sua demanda e abastece sua única fábrica no Espírito Santo com 70% de produto nacional, proveniente do Nordeste, Sul, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

As duas empresas estimam que em quatro anos o processo de nacionalização esteja completado. "Até hoje não conseguimos nacionalizar 100% de todas as frutas, mas esse é o objetivo", garante Fausto Ferraz, gerente de qualidade da Del Valle. "Importamos 30% do que consumimos e temos planos para que até 2007 esse percentual caia para zero", afirma João Luis Castanheira, diretor industrial da Sucos Mais.

Mais do que substituir as importações, a Sucos Mais está concentrando toda sua compra no Espírito Santo. A estratégia é que dentro de quatro anos o Estado, que hoje atende a apenas 5% das necessidades, passe a ser responsável por 75% da oferta de frutas.

Com o incentivo da produção no Espírito Santo, a expectativa da Mais é de uma redução de 10% em seus custos de produção. "Comprando a maior parte das frutas em um único estado economizamos com frente e toda logística", diz Castanheira.

O executivo da empresa informa que dois pólos produtores já estão implantados - de goiaba e de maracujá. Pelo menos outros quatro estão em fase de implantação: manga, abacaxi, morango e pêssego. "A expectativa é que nos próximos três anos sejam gerados 30 mil novos empregos", observa o executivo.

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