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Palestrantes do XV Seminário da ABMR mostram otimismo no setor agropecuário



Com todos os convites esgotados para o XV Seminário da Associação Brasileira de Marketing Rural (ABMR) na última sexta-feira (19-09), em São Paulo, o entusiasmo do presidente da ABMR, Nivaldo Carlucci, era evidente assim como o dos palestrantes.

As lavouras de soja, milho, arroz e algodão foram abordadas com detalhes pelo analista da empresa de consultoria Safras e Mercado, Flavio França Júnior. O quadro desenhado por ele para a soja é otimista em razão do clima que derrubou a safra norte-americana e elevou os preços da oleaginosa, que continua na mão dos agricultores. França recomendou cautela neste momento, pois a safra está sendo plantada com custos até 25% maiores que a anterior. O milho será a única cultura a reduzir a área de plantio, o que não deixa de ser uma oportunidade. O algodão vai crescer até 10% com ênfase no mercado internacional, com possibilidade de dobrar a área na Bahia com preços provavelmente estáveis. O arroz terá o menor estoque histórico.

O setor de fertilizantes espera crescer 6,8% nos próximos cinco anos. O diretor da Bungue Fertilizantes, Robert Fravet, demonstrou entusiasmo com o futuro do segmento nos aspectos de tecnologia e profissionalismo em soja, milho, cana, café e citrus. Demonstrou a dura e frágil estrutura de logística onde 60% da produção brasileira depende de transporte rodoviário, enquanto os EUA têm 61% de seu transporte em hidrovias. “Estamos crescendo em volume de produto por hectare e por isso crescemos 25% em área e 120 em produtividade em 10 anos”, ressaltou.

O setor de máquinas, que está operando 4% menos que o ano anterior, vive uma comercialização estupenda. Depende de financiamento de longo prazo, BNDES e bancos particulares, pretendendo crescer 5% ao ano nos próximos três anos segundo Pérsio Pastre, vice-presidente da ANFAVEA. “A verdade que certo ou errado a indústria vai para onde o governo sinalizar”, disse.

A Valtra, que recentemente foi adquirida pela AGCO, foi uma das patrocinadoras do evento. O representante da empresa foi o diretor de Marketing Orlando Capelosso. Outros patrocinadores do evento foram a BASF Agro, Globo e Safras e Mercado.

O segmento sementes foi apresentado pelo agricultor e presidente da Associação Brasileira de Sementes (Abrasem), João Lenine. Ele demonstrou em um gráfico que o Rio Grande do Sul possui grande área plantada de transgênicos, porém ao mesmo tempo apresenta baixa utilização de sementes certificadas e também a menor produtividade em comparação com outros oito estados produtores de soja. Lenine aponta a falta de uma legislação definida sobre a biotecnologia como fator principal nos investimentos feitos pelos produtores na semente pirata.

A área de Química Agrícola teve a competente apresentação de Cristiano Simon, que entre números e estatísticas, provocou o representante do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, a dar um passo em direção ao Modersumos, depois do Moderfrota, pois o crédito é proporcionalmente cada vez mais raro. Hoje apenas 10,4% tem origem oficial, sendo 90% das vendas com capital próprio, de terceiros e das empresas. O Brasil é o terceiro mercado do mundo, embora seja o 8° colocado em quilos por hectare. No ano anterior foram comercializadas 145.000 toneladas.

André Nassar, que juntamente com outros especialistas deu suporte aos negociadores do governo em Cancún, apresentou com clareza a situação caótica da OMC. Destaca que a luta será dura, apontando que 45% das exportações agropecuárias são para o terceiro mundo. A criação do G-22, segundo Nassar, precisa ser preservada para tornar cada vez mais claro os artifícios sanitários e subsídios que dificultam o crescimento dos países emergentes.

O Seminário da ABMR deixou claro a expectativa de crescimento e bons preços. Trouxe a visão do governo que estimula a novidade na geração de caixa e suporte para o custeio e a comercialização através de mecanismos modernos de mercado futuro, infraestrutura de transporte e armazenagem. O próximo evento da ABMR é no dia 4 de dezembro com a premiação das melhores mídias rurais.

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