A Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa, reunida nesta quinta-feira (25-09) em Pantano Grande, no Rio Grande do Sul, debateu as perspectivas do agronegócio e as tendências do mercado agrícola a partir da liberação do plantio da soja transgênica.
O diretor analista da Brasoja e vice-presidente da Federasul, Antônio Sartori, falou sobre contexto do agronegócio mundial. Disse que o Brasil está mudando suas relações comerciais com os países ricos, rejeitando os altos subsídios agrícolas praticados pela União Européia e Estados Unidos.
"A nova postura brasileira já pôde ser verificada na rodada de negociações da OMC em Cancun", destacou Sartori. Ele disse ainda que o Brasil segue na contramão do protecionismo. "Em 1980, as 38 milhões de toneladas de grãos produzidas pelo país receberam US$ 20,4 bilhões de subsídios. Em 2003, produzimos 120 milhões de toneladas de grãos com US$ 5,9 bilhões de incentivos", revela Sartori. O valor é muito aquém dos atuais US$ 95 bilhões do Japão, US$ 90 bilhões dos Estados Unidos ou US$ 112 bilhões oferecidos pela União Européia aos seus produtores.
Já o professor da UFRGS, Luis Carlos Fedrizzi abordou as questões técnicas dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), enfocando a relação custo- benefício das culturas transgênicas. Mesmo com a qualidade das palestras, ficou evidente a frustração dos cerca de 100 produtores presentes na reunião, uma vez que o tão esperado anúncio da MP liberando o plantio da soja transgênica foi adiado novamente pelo governo federal.
De parte do presidente da comissão, deputado Jerônimo Goergen (PP), ficou o registro dos trabalhos desenvolvidos pela CPI das Carnes. O parlamentar destacou o fim da concorrência tributária desleal da carne oriunda do Centro-Oeste do país, formalizada a partir da edição da instrução normativa 4003 do governo do Estado.
Jerônimo também salientou a reabertura do Frigorifico Alegretense prevista para o dia 17 de outubro, com a expectativa de gerar 300 empregos diretos