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Embrapa intensifica ações de orientação sobre ferrugem da soja


A partir desta semana, pesquisadores da ministram vários cursos e palestras sobre a ferrugem asiática da soja no Maranhão, no Mato Grosso, em Minas Gerais e em Rondônia. Além disso, a Embrapa, a Fundação Bahia, a Secretaria Estadual de Agricultura, a Agência Estadual de Defesa da Bahia, e a Associações de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia assinaram, dia 23 de setembro, em Luiz Eduardo Magalhães, BA, contrato para iniciar programa de manejo da ferrugem asiática da soja no oeste baiano.

O objetivo da Embrapa com todas essas ações é promover o treinamento de técnicos e possibilitar o monitoramento da ocorrência de ferrugem, além de facilitar a orientação sobre as formas de controle e a elaboração de materiais informativos sobre a doença. Na safra 2002/03, a ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi se disseminou praticamente por todas as regiões produtoras de soja no Brasil, provocando perdas localizadas de até 70% na produtividade da soja.

Somente na Bahia as perdas estimadas foram de 400 mil toneladas de grãos, segundo a Conab. "A grande dificuldade dos agricultores é a identificação da doença no início da ocorrência, medida que possibilita o controle da ferrugem. O

monitoramento contínuo da lavoura é essencial para que o controle possa ser adotado no momento correto, a fim de se evitar reduções de produtividade", diz José Renato Farias, chefe de pesquisa da Embrapa Soja (Londrina, PR).

Segundo ele, os sintomas iniciais da doença são pequenas pontuações escuras nas folhas. Depois as folhas amarelecem e caem prematuramente, impedindo o completo enchimento das vagens. "A principal forma de disseminação da doença é o vento e não é possível haver transmissão da doença pelas sementes", explica.

De acordo com a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, as condições que favorecem o desenvolvimento de ferrugem são temperaturas noturnas amenas e a presença de água na superfície das folhas. As regiões mais altas normalmente são mais favoráveis a ocorrência da doença devido a um maior número de horas de orvalho. No entanto, nas regiões mais baixas, a presença de chuvas bem distribuídas também favorece o desenvolvimento da ferrugem.

"Para reduzir o risco de danos, sugerimos o uso de cultivares de ciclo precoce e semeaduras no início da época recomendada para evitar a maior carga de esporos do fungo que irá iniciar a multiplicação nos primeiros plantios", explica a pesquisadora.

Segundo ela, o controle da doença pode ser feito com a aplicação de fungicidas registrados no Ministério da Agricultura. A utilização de fungicidas é uma medida de controle para minimizar os danos a curto prazo, mas o objetivo da Embrapa é desenvolver variedades resistentes/tolerante que minimizem as perdas sem aumentar o custo de produção. "A obtenção de cultivares resistentes tem sido dificultada, em função da existência de raças do fungo. E até o momento não estão disponíveis cultivares resistentes para essa doença", afirma.

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