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Mato Grosso terá programa de desenvolvimento setorial


Consumir internamente os volumes que são anualmente destinados para outros estados e modificar os hábitos dos mato-grossenses. Estas são apenas algumas das diretrizes que o segmento lácteo estadual está traçando para o segmento. Para o superintendente do Instituto de Pesquisa do Leite, Eldor Sontag, o pouco consumo de derivados do leite em Mato Grosso é uma questão cultural e leva o Estado a exportar 70% da sua produção total para a região sudeste do país.

“Em Minas Gerais, por exemplo, o maior produtor de leite do Brasil, as pessoas têm hábito e costume inclusive na culinária local de utilizar o leite e seus derivados. Já em Mato Grosso, por diversos fatores, esse consumo é baixo, uma vez que, em cidades do interior onde há pouca infra-estrutura, falta leite nos mercados e padarias”, argumenta Sontag, que também é diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Lacticínios de Mato Grosso (Sindilat).

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recomenda consumo individual de no mínimo 200 quilos de produtos lácteos por ano. Na região sudeste do Brasil, esse número chega a 110 kg por pessoa, porém em Mato Grosso estima-se que o consumo atinja apenas 80 kg.

Em contrapartida, o Estado fechou a safra 2008 com a produção de 1,650 milhões de litros de leite por dia, dos quais 70% são transformados em queijos, 20% em leite fluído e os 10% restantes leite em pó. Números que contrapõem o consumo que ainda é baixo, se comparado à média do país.

Com objetivo de mudar esse cenário, fortalecendo a produção e o consumo de derivados do leite, além de fomentar a agricultura familiar - que será a maior beneficiada com o projeto de expansão do leite - é que o governo do Estado, por meio da Seder, Empaer e MT Regional, criou o Programa Mato-grossense de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite, que será lançado no dia 11 de dezembro, na abertura do I Encontro Empresarial da Cadeia Produtiva do Leite em Mato Grosso, no Centro de Exposições Senador Jonas Pinheiro (antiga Acrimat).

O programa atenderá à demanda de todos os 15 consórcios intermunicipais do Estado que desenvolvem em suas regiões a cadeia produtiva do leite.

Para o coordenador da cadeia produtiva do leite do MT Regional, médico-veterinário Carlos Guilherme Dorileo, o programa estadual irá atender toda cadeia, desde a produção, industrialização até o consumo. “Trabalharemos dentro desse programa de Estado sob três pilares bem definidos: a produção primária (aumento da produtividade), aumento da qualidade do leite e melhoramento genético dos animais. Já avançamos muito e temos animais, agora, que produzem de quatro a cinco litros por dia. Mas nosso objetivo é fazer de Mato Grosso o maior produtor de leite do país”, afirma Dorileo. EVENTO - Pela primeira vez, a cadeia produtiva do leite irá se reunir para discutir o desenvolvimento e o fomento do setor. Este primeiro encontro será realizado de 11 a 13 de dezembro, no Centro de Exposições Senador Jonas Pinheiro (antiga Acrimat). Os promotores do evento esperam mais de 30 expositores, além de um público de cerca de 4,5 mil pessoas nos três dias de evento. “Vamos organizar caravanas, com o apoio da Agência de Fomento do Estado, a MT Fomento, para trazer produtores rurais de todo o Estado”, adianta Eldor. Serão realizadas nestes três dias 11 palestras técnicas destinadas aos produtores rurais e industriais, além de exposição e leilão de gado leiteiro e a feira do setor do leite e derivados, máquinas e equipamentos para os laticínios. “Nesse evento estaremos levando crianças do ensino fundamental para conhecerem o processo produtivo de toda a cadeia do leite, produto bastante consumido por eles, mas que hoje em dia chega na casa deles em caixinha”, ressaltou.

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