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Exportação de frango será recorde em 2003, diz Abef


A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef) revisou para cima sua projeção de exportações para este ano. A entidade prevê embarcar 2 milhões de toneladas de frango em 2003, o maior volume da história e acima da estimativa anterior, de 1,8 milhão de toneladas. Com isso, o volume será 25% maior que o do ano passado e as receitas, 42,8%, chegando a US$ 2 bilhões.

"Conseguimos crescer apesar das cotas de importação impostas pela Rússia e da sobretaxa, da União Européia, sobre o peito de frango salgado brasileiro", diz Julio Cardoso, presidente da Abef. Entre janeiro e setembro, as exportações de frango totalizaram 1,46 milhão de toneladas, volume 26,3% superior ao obtido em igual período de 2002. Já as receitas foram 27,3% maiores, de US$ 1,3 bilhões.

Os números foram revisados em razão do aumento da demanda da Ásia e Oriente Médio e da recuperação dos preços do frango inteiro, que responde por quase 40% dos volumes embarcados. No ano, o preço do frango inteiro subiu 10%. Os cortes caíram 5,7%. Na média, o preço da carne aumentou 0,8%.

Na Ásia, a demanda cresceu 33,4% neste ano, para 345,3 mil toneladas. O destaque foi o Japão, exigente mercado que serve como vitrine para o Brasil. Os embarques para o país aumentaram 27,3% no ano, para 146,9 mil toneladas. O surto de pneumonia asiática (Sars) na China favoreceu as compras do Brasil, uma vez que Pequim era o principal fornecedor de carne para o continente, em especial o Japão. As vendas ao Oriente Médio cresceram 27,2%, para 440,1 mil toneladas.

O Brasil está preparando uma missão para negociar com a Rússia a cota de importação de frango para 2004. Para este ano, a cota brasileira foi de 33 mil toneladas (abril a dezembro), muito inferior às 295 mil toneladas embarcadas em 2002, quando o sistema de cotas ainda não estava em vigor. A missão deve ir a Moscou em novembro; a cota deve sair em novembro ou dezembro.

Cardoso preferiu não especificar qual cota seria ideal para o Brasil. "Já tivemos 30% do mercado russo e hoje temos apenas 5%. Se chegarmos a 10% ou 15% do mercado (100 mil a 140 mil toneladas) seria uma grande conquista", afirma.

Para Cardoso, a definição de uma cota maior depende de um equilíbrio comercial entre os dois países. Hoje a balança comercial é francamente favorável ao Brasil e os russos querem ter maior participação no mercado nacional. "Uma equipe do governo está fazendo um levantamento de quais produtos poderiam ser importados pelo Brasil", diz.

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