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Paraná pretende ampliar volume de exportação ao mercado japonês


Exportadores paranaenses estão de olho no mercado japonês, a segunda maior economia do mundo, com um poder de consumo que pode ser estimado pelo salário médio anual de sua população - US$ 45 mil - o que representa o terceiro maior salário do mundo, atrás de Luxemburgo e Suíça. O Paraná é o 14º parceiro comercial brasileiro do Japão, tendo exportado no ano passado US$ 125 milhões, entre carne de frango, derivados de soja, milho, seda e café solúvel.

O consultor de marketing e diretor-presidente do Centro de Pesquisa do Comércio "Rezon", Reugene Nishikawa, que foi trazido para Curitiba para detalhar o mercado japonês ao empresariado paranaense, afirma que o Paraná, sendo a quinta potência econômica do Brasil, tem grandes possibilidades de incrementar os valores exportados, em especial no ramo alimentício, se investir no particular mercado japonês. Segundo ele, o Paraná ainda é visto pelos japoneses como um estado basicamente agrícola, o que precisa ser revertido.

Busca da qualidade

"O foco deve se voltar à comercialização de produtos industrializados e não em sua forma crua", afirma. O especialista japonês, que realiza palestra hoje, na sede do Cietep, explica que o consumidor japonês quer, antes de tudo, qualidade. "Ele não está interessado no preço, pois paga o que for preciso se o produto tiver sua qualidade comprovada".

Nishikawa é consultor de grandes empresas e também do primeiro ministro do Japão. Ele conta que o Paraná já tem um diferencial competitivo em relação aos demais estados brasileiros e mesmo em relação aos Estados Unidos (o maior parceiro comercial do Japão), quando o assunto é soja. Nishikawa explica que a soja transgênica, cujo plantio e comercialização estão proibidos no estado, não é bem aceita pelo consumidor japonês, que valoriza os alimentos orgânicos.

"No Japão, a expectativa de vida da população é de 80 anos e a maior preocupação é envelhecer com saúde e beleza", comenta. Ele diz que principalmente as mulheres japonesas não compram produtos transgênicos por receio de que o alimento interfira na sua saúde. "Mesmo sendo mais caro, o consumidor japonês mantém a preferência pelo não-transgênico".

Nishikawa ainda comenta que a marca possui fundamental importância para o consumidor japonês. Ele explica que para as empresas japonesas, a maior herança que a organização possui são a marca e os conceitos que ela agrega. "Porém, uma marca forte não é a garantia de presença no mercado", alerta Nishikawa.

Ele cita exemplos de grandes empresas que por pequenas falhas foram à falência no Japão. Uma delas é a Mitsubishi, quarta maior fabricante do setor automobilístico japonês, que por omitir falhas nos seus automóveis perdeu a confiança do consumidor, o que levou a empresa à concordata. Também há o exemplo da Universal Studios, que inaugurou parque temático em Osaka e hoje opera no vermelho por ter usado fogos de artifício que são proibidos no país e causar a desconfiança do japonês.

Segundo Nishikawa, no Japão existe, como em nenhum outro país, o fenômeno da informatização. "Se é omitido do consumidor na embalagem que o produto é transgênico, ele sempre acaba descobrindo a verdade por meio de outras fontes".

Para conquistar o mercado do Japão, Nishikawa diz que se deve investir em pesquisas de mercado, testando os produtos sempre no público jovem. "As gerações mais novas são mais receptivas a novos produtos, ao contrário do público acima de 50 anos que é extremamente conservador".

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