Criado ontem (27-10), numa sugestão do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, o Grupo de Trabalho Brasil-Alemanha para Cooperação em Agribusiness terá uma dupla missão pela frente. No primeiro caso, trata-se de tentar desbastar o contencioso comercial entre os dois países, nesta área, e ao mesmo tempo identificar áreas e projetos de comum interesse de empresas brasileiras e alemãs.
A questão das exportações de café torrado e moído, cuja liderança esta nas mãos da Alemanha, que não planta um único pé, mas domina 20% do mercado mundial, afirma o ministro brasileiro da Agricultura, Roberto Rodrigues, poderá ser um dos primeiros assuntos tratados pelo grupo. "O Brasil, maior produtor mundial, participa com menos de 1% das exportações globais de café moído e torrado", disse.
Na visão do ministro, o grupo recém-criado poderá abrir oportunidades de negócios para empresas brasileiras exportadoras de soja, carne bovina e álcool combustível em todo o mercado europeu, a partir da Alemanha. "O agronegócio nacional representa 27% do Produto Interno Bruto (PIB), 37% dos empregos criados na economia brasileira e acumula um superávit comercial de US$ 24 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, 20% a mais do que em todo o ano passado", informou o ministro.
Bioterrorismo
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), segundo o ministro Luiz Francisco Furlan, discute neste momento com o governo norte-americano a possibilidade de fiscalizar ainda nos portos brasileiros os produtos com destino aos Estados Unidos. A fiscalização passará a ser obrigatória a partir do dia 12 de dezembro, quando a Lei do Bioterrorismo entra em vigor.
Oficialmente, a lei pretende criar mecanismos de defesa contra possíveis ataques biológicos aos EUA e amplia a fiscalização sobre alimentos e remédios importados por aquele país via empresas previamente autorizadas pelos dois países.