De janeiro a novembro, foram US$ 4,08 bilhões, ante US$ 2,1 bilhões em 11 meses de 2002. Os importadores argentinos duplicaram as importações de produtos brasileiros em 2003. O volume negociado passou de US$ 2,1 bilhões, entre janeiro e novembro de 2002, para US$ 4,08 bilhões em igual período deste ano, retomando posição próxima dos níveis de negócios antes da crise de 2002. Os números, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, projetam para 2004 a tendência de que o aquecimento da atividade ocorrerá em paralelo nas duas maiores economias do Mercosul. A avaliação é unânime entre alguns dos principais exportadores brasileiros.
Uma análise dessas exportações evidencia dois fatos principais: primeiro, a velocidade dos argentinos em retomar as compras junto aos fabricantes brasileiros após uma acentuada desaceleração econômica; segundo, a demanda dos importadores por bens de capital e insumos, itens diretamente relacionados à reestruturação da indústria e do agronegócio da Argentina pós-crise.
"Boa parte das exportações não é apenas de bens de consumo. Há uma parcela das compras que está vinculada à retomada do crescimento do nosso vizinho", afirmou Ivan Ramalho, titular da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Ramalho desagregou a pauta das importações feitas pelos argentinos no Brasil ao longo de 2003 e observou que os embarques de máquinas e equipamentos tiveram um acréscimo de 296%, com as exportações passando de US$ 212 milhões entre janeiro e novembro de 2002 para US$ 840 milhões em igual período de 2003.
Já as vendas de matérias-primas registraram aumento de 58%, pois as exportações evoluíram de US$ 1,46 bilhão para US$ 2,3 bilhões. "Os argentinos têm comprado mais máquinas porque precisam modernizar seu parque industrial. Entre os insumos eles estão, por exemplo, importando mais algodão e tecido utilizados na indústria têxtil", informou Ramalho.
Em novembro, pela primeira vez no ano, a Argentina ultrapassou a China na importação de produtos brasileiros. No mês passado, o governo de Buenos Aires comprou produtos brasileiros no montante de US$ 466 milhões, ou seja, 99,1% a mais que os US$ 234 milhões negociados em igual mês de 2002.
Para 2004, Ramalho disse que espera uma expansão de corrente de comércio entre os dois países. "Uma boa notícia, também, é que no último trimestre voltamos a ampliar as importações brasileiras feitas na Argentina. Temos comprado mais trigo, petróleo, automóveis, autopeças e leite em pó e isto é bom", disse.
Já as compras brasileiras de produtos argentinos em 2003 se aproximam do volume de 2002, que foi o menor dos últimos sete anos. Entre janeiro a novembro de 2003, as empresas brasileiras importaram US$ 4,25 bilhões da Argentina, 3,1% a menos que em 2002.