O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da
Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Jerônimo Goergen (PP), encaminhou ofício ao Superintendente Regional da Polícia Federal no Estado, Rubem Albino Fockink, solicitando proteção ao Laboratório de Sequenciamento de DNA
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Na última segunda-feira, o chefe do Departamento de Biologia da UFSM, Sílvio
Henrique Bidel Dornelles, recebeu um telefonema anônimo de um indivíduo que
se dizia membro da "Sociedade contra os transgênicos". Numa segunda ligação,
realizada nesta terça-feira, o suspeito de terrorismo deixava bem claro seu
intento:
”Vocês não viram o que nós fizemos em Porto Alegre? Se vocês continuarem
fazendo pesquisas com esta mosca transgênica nós vamos meter fogo no
laboratório”. Na avaliação de Dornelles, trata-se de terrorismo científico. "Na
ameaça, este indivíduo talvez tenha se referido ao sinistro criminoso contra
o laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Não podemos admitir este terrorismo contra a ciência", adverte.
Dornelles esclarece que as pesquisas desenvolvidas na UFSM não têm nada a ver com mosca transgênica. "Estamos desenvolvendo o projeto Genoma Sul, no qual trabalhamos o sequenciamento do gene de uma bactéria que causa a pneumonia em suínos", explica. A UFSM relatou o caso à superintendência regional da Polícia Federal.
Segundo o deputado Jerônimo, "infelizmente temos que conviver com pensamentos radicais que mais lembram bárbaros nos tempos da Inquisição. A pesquisa científica sobre transgênicos é uma questão de soberania nacional", avalia. O parlamentar acrescenta que a Polícia Federal deve agir rapidamente e adotar medidas firmes para evitar o que aconteceu com a unidade de pesquisa da UFRGS.