O preço médio do café arábica no mercado interno se situou em R$ 174,53 por saca no mês de dezembro, 5,2% inferiores aos patamares registrados em dezembro de 2002, quando a saca era cotada a R$ 184,13, segundo levantamento realizado pelo Cepea/Esalq/USP. Entre janeiro e dezembro de 2003, o preço médio da saca de café foi de R$ 173, ou 33% superior ao preço médio registrado em 2002.
"Isso ocorreu porque no primeiro semestre de 2002 os preços estavam em patamares muito baixos", afirma Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP). Segundo levantamento realizado pela empresa na primeira semana de janeiro de 2002 a saca de café fino/extra-fino era cotada entre R$ 110 e R$ 112, enquanto em igual período de janeiro de 2003 as cotações se situavam entre R$ 195 e R$ 200 por saca.
Apesar de preços médios mais elevados ao longo de 2003, a expectativa do setor era de que a saca alcançasse R$ 200 no segundo semestre, mas as cotações não ultrapassaram os R$ 195 no período. "A tendência é de que os preços se recuperem entre 2004 e 2005", avalia Carvalhaes. Segundo ele, com as confirmações de que em 2004 o consumo mundial será superior a produção, os preços serão influenciados pelos níveis dos estoques mundiais.
Na avaliação de Guilherme Braga Pires, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os preços no mercado internacional melhoraram no último ano. As cotações do café arábica, que se situavam em 50 centavos de dólar por libra-peso entre julho e agosto de 2002, alcançaram 62 centavos de dólar por libra-peso em igual período do ano seguinte e alcançaram 66 centavos de dólar por libra-peso em dezembro de 2003, acumulando ganhos superiores a 5% no pregão de ontem da bolsa de Nova York (ver mais na Pág. B-9).
Em dólar as cotações saltaram de US$ 35 em meados de 2002 para US$ 59 ao final do ano passado. No segundo semestre de 2003 as vendas externas brasileiras caíram 23,5% se comparadas a igual período do ano anterior. "Nos períodos em que houve aumento das exportações verifica-se melhoria dos preços internos", afirma Pires.