Clonagem de coqueiros ajudará na propagação e preservação
O coco é a sexta fruta mais cultivada do planeta e a demanda por ela continua crescendo
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Os coqueiros crescem lentamente e são difíceis de clonar. Cientistas da KU Leuven e da Alliance multiplicaram as mudas com mais rapidez e conservaram os recursos genéticos do coco por um longo prazo. Isso ajudará a preservar a biodiversidade dos coqueiros e atender à crescente demanda por cocos e produtos derivados.
O coco é a sexta fruta mais cultivada do planeta e a demanda por ela continua crescendo. Nos últimos anos, o óleo de coco teve um aumento na demanda do consumidor. A água de coco também é usada como uma alternativa natural aos refrigerantes açucarados. Mas o coqueiro, que cresce principalmente nas áreas costeiras ao redor do equador, enfrenta muitos desafios: a doença letal do amarelecimento, mudanças climáticas, aumento do nível do mar e plantações desatualizadas. É por isso que pesquisadores da KU Leuven e da Aliança da Bioversity International e CIAT desenvolveram um método para coco multiplicam árvores mais rápido e armazená-los de forma mais eficiente em bancos de genes.
"Ninguém pensou que poderíamos fazer isso"
Bart Panis do Laboratório de Melhoramento de Culturas Tropicais (KU Leuven) e da Aliança e Ph.D. O aluno Hannes Wilms inspirou-se para esta pesquisa de outra variedade de fruta: a banana. A partir de seu trabalho com bananeiras , Panis suspeitou que um certo hormônio vegetal também poderia ter sucesso em coqueiros. "Os coqueiros não formam brotos laterais. Eles colocam toda a sua energia em um broto que deve crescer o mais rápido e o mais alto possível. Isso torna muito difícil clonar e armazenar as plantas ", disse Panis. Não mais.
Para sua pesquisa, os cientistas primeiro extraíram o embrião do coqueiro do coco. Em seguida, eles aplicaram o hormônio vegetal no meristema - ou ponto de crescimento - contido no embrião. Dessa forma, eles conseguiram fazer com que o embrião formasse não apenas um rebento, mas vários rebentos laterais. Eles conseguiram, por sua vez, dividir esses grupos de brotos e permitir que novos brotos laterais também crescessem neles. Suas descobertas foram publicadas em 15 de setembro na Scientific Reports .
"Ninguém pensou que poderíamos fazer isso. Mas perseveramos com determinação", disse Panis. "Existem outros métodos de propagação vegetativa de coqueiros, mas estamos confiantes de que este é o primeiro método que também é eficiente em termos de tempo e custo." Podem ser obtidos milhares de novos espécimes de uma única planta de coco que compartilham exatamente o mesmo perfil genético da planta-mãe. Isso oferece um enorme potencial para as plantações de coco em todo o mundo.
Desafios para o coco
Em primeiro lugar, a equipe quer proteger a diversidade genética do coqueiro da forma mais eficiente possível. É muito importante preservar o maior número de variedades da planta do coco porque cada variedade tem características específicas. Alguns são resistentes a determinada doença ou têm uma melhor composição de óleo, enquanto outros são mais resistentes ao calor, seca ou tempestades.
"Atualmente, o coqueiro é mantido como uma árvore nas coleções de campo. Mas algumas dessas coleções estão ameaçadas pela Doença do Amarelecimento Letal", disse Hannes Wilms, co-autor da KU Leuven. "Nossa técnica agora também permite que os brotos da planta do coco sejam preservados para a eternidade por criopreservação, em nitrogênio líquido a uma temperatura de -196 ° C."
“Isso é importante para o futuro: se uma nova doença vier a afetar a produção de coco, pode haver uma variedade no banco de genes que seja resistente a essa doença e pode ser plantada nas áreas afetadas”, disse Panis.
Pequeno agricultor, preço justo
Também para a produção de coco hoje, a técnica chega na hora certa. “Há uma grande demanda por coco. As plantações existentes são antigas e precisam ser replantadas em curto prazo”, disse Panis. "Portanto, nossa técnica atende a grande demanda por material vegetal saudável."
Os pesquisadores já apresentaram um pedido de patente . Tudo o que é necessário agora são fundos adicionais para proteger a patente e refinar ainda mais a técnica. Nesse processo, os pesquisadores não perderão de vista os pequenos produtores. “Como a produção de coco muitas vezes está nas mãos de pequenos agricultores, teremos uma cláusula especial incluída na licença de patente: quem aplicar nossa técnica terá que garantir que os pequenos agricultores possam comprar o material vegetal a um preço razoável”, disse Panis.