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A criação de ovinos em Roraima II – “Dentro da Porteira”


Amaury Burlamaqui Bendahan

A exploração de ovinos no Estado de Roraima está associada, em grande maioria das vezes, à criação de bovinos, sendo considerada secundária dentro da propriedade. Utiliza-se, muito, a mão-de-obra familiar com rebanhos com cerca de 25 cabeças, em média, criados extensivamente e com baixa produtividade.

Em recente levantamento efetuado em propriedades em diferentes regiões de Roraima, foi observado que quase a totalidade dos produtores não adotam manejos do rebanho, controle sanitário e manejos das pastagens adequados à produção sustentável, além de nenhum controle zootécnico e, em muitas propriedades, emprega-se suplementação mineral inadequada.

Essa situação acarreta problemas sérios de mortalidade, principalmente das crias e baixos índices produtivos. Outro entrave a ser enfrentado é a capacitação da mão-de-obra, quer de técnicos quer de produtores e funcionários, pois, em todas as diagnoses do setor, efetuadas entre técnicos e produtores, torna-se visível que é de entendimento geral a falta de conhecimentos técnicos para o desenvolvimento das criações.

Assim, o baixo padrão racial dos animais, a difusão tecnológica incipiente, a inadequada assistência técnica e gerencial, a desarticulação dos atores da cadeia produtiva e o baixo nível de capacitação dos produtores constituem-se barreiras que precisam ser superadas, sob pena da atividade não apresentar rentabilidade nem competitividade, considerando as especificidades do mercado, cada vez mais exigente.

Como fatores de sucesso a atividade, temos mão-de-obra comprometida como principal, e não menos importante, para a pequena produção, o fato de morar na propriedade, possuir aptidão, conhecimento técnico, apriscos funcionais, alimentação baseada em pastagem bem manejada e mineralização adequada, controle sanitário e manejo do rebanho eficaz são indispensáveis à produção sustentável.

Com esse cenário algumas medidas devem ser tomadas: a) Investir na mão-de-obra; b) fazer programa sanitário anual; c) implementar estação de monta; d) utilizar animais com genética adaptada ao ambiente proporcionado; e) investir na pastagem, principalmente no manejo; f) controlar custos e dados da produção; e e) ter o olho do “Mercado” para definir os rumos da propriedade. Se “pequena produção”, tem que estar integrada as outras atividades dentro da propriedade, se “grandes produtores” que desejem produzir empresarialmente devem avaliar a verticalização da produção e outros mercados consumidores.

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