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A falência do estado gaúcho


Argemiro Luís Brum
Embora o Estado tenha funções específicas e prioritariamente sociais, em relação ao setor privado, o mesmo necessita de um gerenciamento adequado de suas finanças. Gastar mais do que arrecada, realizar orçamentos fictícios, criar caixa único, aumentar o endividamento junto aos próprios bancos públicos estão longe de ser recomendável. No curto prazo até auxiliam, porém, no médio e longo prazo a situação se degrada e a conta chega para o conjunto da sociedade. O desajuste econômico-financeiro, geralmente construído em cima de ações ideológicas e de políticas interesseiras de curto prazo, sem grande visão estrutural, acaba penalizando a sociedade e lhe retirando as condições de avançar. Na prática, guardadas as especificidades, o Estado não deixa de ser uma empresa e como tal deve ser administrado. O que está ocorrendo com o Rio Grande do Sul nestes últimos anos, situação que desembocou na negativa da Assembléia Legislativa em discutir, sugerir e aprovar um plano de medidas estruturais para começar a recuperar as finanças do Estado gaúcho é o exemplo concreto da falta de competência administrativa. O Rio Grande está quebrado, e não é de hoje. Administrações pouco interessadas em controlar os gastos públicos provocaram um crescente acúmulo de endividamento, levando-nos à falência. Pela primeira vez, um governo, mesmo sem muito tato político, procura apresentar um plano de ajuste. Obviamente um plano que requer correções, porém, necessário, decisivo mesmo. Não se tratava de apenas aumentar impostos como alguns setores tentaram fazer crer. Tratava-se de dar início a um ajuste estrutural nas despesas, com cortes que evidentemente não são agradáveis. Afinal, a doença avançou tanto que o remédio agora é amargo. A negativa da Assembléia somente piorou a situação! A conta será da sociedade!

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