CI

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO CORPORAL DE GADO DE CORTE NO PANTANAL.


Sandra Aparecida Santos

A avaliação do escore de condição corporal é um método rápido, barato e fácil de avaliar o estado nutricional e de saúde de um rebanho, que são os principais problemas enfrentados pelos criadores de gado do Pantanal.

A condição corporal influencia, principalmente, a taxa de reconcepção e produção de leite das vacas, consequentemente, afeta o intervalo entre partos e o peso ao desmame dos bezerros. Portanto, a avaliação da condição corporal dos animais é de extrema importância para auxiliar os criadores na tomada de decisões de manejo. No Pantanal, os rebanhos de maneira geral, possuem indivíduos não uniformes, e nessas situações, comparações por meio de pesagens não são adequadas, além do mais, grande parte das fazendas não possuem balança. O uso do escore pode variar entre diferentes avaliadores, mas após um determinado período de prática, estas diferenças tendem a diminuir.

Para avaliar o escore de um animal, o avaliador deve, primeiramente, conhecer as principais partes anatômicas que serão usadas como indicadores, que são aquelas onde os depósitos de gordura são visíveis. As principais partes são: coluna vertebral (refere-se a todas as vértebras), processo transverso (refere-se às vértebras lombares da coluna vertebral), costelas, anca e inserção da cauda.

Existem escalas de escores que variam de 0 a 5 ou 1 a 9. Para gado zebuíno criado nos trópicos, especialmente no Pantanal, onde há grandes variações de condições ambientais, o método baseado em nove escores parece ser o mais apropriado, pois abrange animais de diferentes condições. Na tabela abaixo são descritos os escores de 1 a 9 .

Descrição dos escores de condição corporal (ECC) de bovinos.

Escore Condição* Características de diagnóstico

1 M- Animal extremamente magro, condenada a morte por inanição.

2 M Animal muito magro. Processo transverso, espinhas dorsais e costelas proeminentes.

3 M+ Animal magro. Processo transverso e costelas visualizados individualmente, mas não tão salientes. Inserção da cauda proeminente.

4 R- Animal regular. Processo transverso levemente coberto. Costelas e ancas claramente visíveis.

5 R Animal regular a bom. Costelas visíveis com pouca cobertura de gordura. Processo transverso e espinha dorsal pouco visível.

6 R+ Animal muito bom, com cobertura nas costelas. Espinhas dorsais não visíveis, mas são facilmente sentidas com apalpação.

7 G- Animal gordo e bem coberto, mas o depósito de gordura não é marcante. Acúmulo de gordura na região da garupa.

8 G Animal muito gordo. Processo transverso não pode ser visto ou palpáveis. Cobertura de gordura sobre costelas, garupa e inserção da cauda e vulva.

9 G+ Animal extremamente gordo. Estruturas ósseas não visíveis e não podem ser palpáveis, com pressão firme.

Fonte: Adaptado de Nicholson e Butterworth (1986).

Estudos realizados em pastagens nativas na sub-região da Nhecolândia, Pantanal, utilizando o método recomendado acima, tem mostrado as vacas devem apresentar boa condição corporal (escore  5) no período pré-acasalamento para obterem um desempenho reprodutivo satisfatório.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.