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2017: Uma síntese (Final)


Argemiro Luís Brum

xEm termos específicos, a tendência para este final de 2017 é de a inflação subir, processo já iniciado em outubro. Deveremos fechar 2017 ao redor de 3%, ou um pouco mais, e 2018 ao redor do centro da meta (4,5%) caso não houver derrapagens no seu controle. Além dos reajustes nos combustíveis, gás e energia elétrica, os alimentos também deverão aumentar de preço, pois nossas safras não serão como as de 2016/17.

Já tivemos graves problemas na safra de inverno deste ano e no próximo verão o quadro tende a ser mais apertado. Quanto ao câmbio, se a campanha eleitoral indicar surpresas na linha do descuido das contas públicas, o Real se desvaloriza rapidamente em 2018, podendo voltar à casa dos R$ 4,00 e mesmo mais. Caso contrário, uma estabilidade entre R$ 3,20 e R$ 3,30 é possível de ser mantida, com algum viés na direção de R$ 3,50. Tudo irá depender do avanço da campanha política nacional.

O juro básico deverá estacionar nos atuais níveis (7,5%), talvez um pouco mais baixo no final deste ano. Posteriormente, em 2018, se a economia começar a aquecer um pouco, deverá subir novamente, podendo ficar entre 8% e 9% no final do próximo ano. Porém, os juros comerciais pouco baixarão. O sistema financeiro não está repassando a baixa da Selic, como deveria, para a economia real. Há muito endividamento e inadimplência, situações que estão longe de melhorar nos próximos meses. Isso, porque o emprego que está sendo gerado é de baixa qualidade, muitas vezes informal.

Assim, mesmo que baixe o índice de desemprego (e a atual Reforma Trabalhista poderá ser usada para isso), a população continuará insegura, com pouca renda, e sem garantia de manter seus empregos. Uma das causas principais é que o país possui uma mão de obra malformada, pouco competitiva e que acaba custando mais caro do que os investimentos em máquinas que a substitua. O país esqueceu ou não quis investir em educação de forma suficiente, investindo mal inclusive, e agora a conta começa a chegar nesta área. Ou seja, o desemprego será o último indicador a demonstrar reversão para uma realidade melhor, embora o "melhor" tenda a ser a geração de empregos precários, de baixa qualidade na maioria dos casos.

Enfim, o que esperar para 2018 em termos eleitorais? Tudo! Por enquanto, nenhum candidato potencial agrada suficientemente o eleitorado. O país está completamente órfão de bons candidatos! Tal quadro permite o surgimento de um "salvador de pátria", que radicalize discursos populistas, o que seria um desastre para o país. Isso, aliás, permite alertar para o fato de que a pequena recuperação da economia, que pode melhorar um pouco mais em 2018, venha a ser um voo de galinha, durando muito pouco, infelizmente. Dito de outra forma, politicamente estamos, hoje, extremamente frágeis como Nação.  E isso em nada ajuda a recuperação econômica!

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