CI

NO FUNDO DO POÇO


Paulo Lot Calixto Lemos

Um conhecido fazendeiro da região, proeminente criador de gado, possuía muitos cavalos para ajudar nos trabalhos em sua fazenda. Um dia, durante o corre-corre para juntar uma boiada, Fidalgo, seu melhor cavalo, que era montado por um de seus filhos caiu numa cisterna abandonada, onde havia sido no passado uma antiga casa de morada. Seu capataz veio então lhe trazer a notícia:

- Senhor, na correria atrás de um boi desgarrado, o cavalo Fidalgo caiu num antigo poço da colônia velha. O poço é muito fundo, mas graças a Deus seu filho pulou fora antes e passa bem.

Irritado com a falta do animal, o fazendeiro foi rapidamente ao local do acidente, ponderou a situação, certificou que o cavalo não havia se machucado, mas que devido à dificuldade, ao custo para retirá-lo do fundo do poço, e principalmente devido ao risco que seu filho correu, avaliou que não valeria a pena investir numa operação de resgate. E, esquecendo-se de todo passado, de todo serviço que Fidalgo já havia lhe prestado, tomou então a seguinte decisão:

- Se estivesse com uma arma, sacrificaria este imbecil agora mesmo, mas como não tenho quero que vocês o enterrem vivo, e aproveitem o serviço para vedar este poço. O que já deveria ter sido feito há muitos anos...

E assim foi feito: os empregados, comandados pelo capataz, começaram a jogar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo.

Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, o animal sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando-o ir subindo. Logo, os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, quanto mais terra eles jogavam mais o cavalo ia subindo, até que enfim, conseguiu sair são e salvo do dito buraco.

Sabendo do caso, o fazendeiro ficou muito admirado, e resignou-se. O cavalo viveu então, ainda muitos anos trabalhando e servindo ao dono da fazenda.

Moral da historia:

Se algum dia você se encontrar "lá embaixo", no “fundo do poço”, sentindo-se deprimido e pouco valorizado. Quando, já certos de seu desaparecimento, os outros jogarem sobre você a terra da falta de apoio, da incompreensão e da falta de oportunidade, lembre-se desse cavalo.

Não aceite a “terra” que cai sobre você... Sacuda-a e suba sobre ela. E, quanto mais terra jogarem, mais você estará subindo... Subindo, e aprendendo a sair dos “buracos” da vida...

Pense Nisso!

Paulo Lot Calixto Lemos

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.