
Já na época do descobrimento do Brasil, o primeiro produto de exportação brasileira para a Europa e Ásia era o Pau Brasil. Durante a o processo de ocupação da Amazônia, a madeira foi também o primeiro produto a ser a ser extraído da floresta. Nos Estado do Amapá, embora a mineração tenha sido foco de atenções, pela situação do manganês no mercado mundial, a extração de madeira, paralelamente, sempre ocupou posição relevante no mercado local e também como produto de exportação. Hoje, a extração de manganês está esgotada, mas a extração de madeira continua a ocupar lugar de destaque na economia amapaense.
Descoberta ainda no século passado, quando se deu a descoberta do ouro na região de Calçoene, norte do Estado do Amapá, a atividade mineral, por volta das décadas de 40/50, desponta com maior intensidade, influenciada pela instalação e funcionamento do primeiro empreendimento mineral de porte na Amazônia pelo qual a Serra do Navio se constituiu num cartão de conquista, em pleno domínio da floresta amazônica. Ao longo deste tempo a exploração mineral manteve-se viva no Estado do Amapá, contribuindo decisivamente no processo de ocupação da região, pela implantação de núcleos populacionais, alguns hoje, transformados em municípios, como é o caso de Calçoene, Tartarugalzinho, Serra do Navio, Laranjal do Jari e o recente município de Vitória do Jari. A atividade da extração mineral responde por grande parte da história do desenvolvimento do Amapá.
Ainda em relação ao seu potencial mineral, apesar de carência de informações mais detalhadas, tem-se resultados conclusivos sobre a ocorrência e indícios de vários minerais metálicos ou sub-metálicos, não metálicos, pedras preciosas e semi-preciosas. Além destes minérios, o Amapá apresenta uma reserva significativa de cromita. No Amapá os efeitos da atividade mineral têm levado, via de regra, à descaracterização de algumas paisagens naturais, afetando o equilíbrio ecológico e biodiversidade local, principalmente, onde ocorre a extração mineral, como no caso das bacia dos rios Cassiporé, Araguari, Cupixi, Tartarugalzinho e Vila Nova.
Em relação à pesca, podem ser observados pelo tamanho cada vez menos dos peixes que chegam a Macapá (Capital do Estado) e Santana (2º maior município do Estado), que esta atividade é praticada de maneira irracional. A captura do pescado é efetuada por barcos de grande porte, oriundos de outros Estados e de outros países e que usam formas predatórias de exploração no litoral amapaense. Estas práticas depreciam os estoques e dificultam o exercício dos pescadores locais. A pesca nos lagos e rios interiores sofrem cada vez mais pressão, sendo difícil estabelecer os limites de sustentação. No ambiente interno as espécies de maior significado são tucunaré, pirarucu, acará, apaiari, pirapema, aracu, branquinha, tamuatá, tainha e jeju, entre outros. Os rios que formam a hidrografia do Estado também são fontes de produção de pescado sendo o Rio Amazonas, o mais importante, com produção de camarão do gênero Macrobrachum, filhote, dourada, piramutaba, sarda e pescada. Porém o recurso pesqueiro de fato mais valorizado da costa amapaense é o camarão rosa.
Sendo possuidor de extensas áreas de floresta o extrativismo vegetal tem um papel importante para a economia do Amapá. No entanto e exploração dos recursos extrativos vegetais não tem contribuído para mudar o estado de pobreza em que vivem as populações que atuam nesta atividade. No Estado existe um significativo contigente de pessoas que ainda dependem direta ou indiretamente do extrativismo vegetal.
A forma como os produtos extrativos são explorados se assemelha ao praticado em toda Amazônia, sendo os principais o açaí (fruto e palmito), borracha, castanha do brasil, ervas medicinais e sementes de oleaginosas.
Sem dúvida alguma o principal produto extrativo vegetal do Amapá é o açaí (fruto da palmeira Euterpe olerracea Mart.) que. é utilizado na fabricação do vinho (suco da polpa), alimento importante da população de baixa renda. É comercializado através de intermediário para o mercado interno. Atualmente a escassez e o aumento de preço deste produto, parecem ser decorrentes da exploração predatória do açaizeiro para a retirada do palmito. Praticamente inexistem explorações que adotam o manejo sustentável de acordo com a legislação vigente. Na maioria das vezes, as empresas do ramo utilizam-se de pequenas fábricas itinerantes visando fugir da fiscalização oficial. Dentro deste aspecto a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) atenta à este tipo de exploração vêm trabalhando com pesquisas, visando, num curto espaço de tempo, colocar à disposição dos produtores , formas de exploração de açaizais de forma sustentável.
No Amapá os recursos madeireiros também vem sendo explorado de forma predatória e, espécies como virola, acapu e andiroba estão praticamente em fase de exaustão. Grande parte da madeira extraída se submete ao processo de beneficiamento e atende o mercado interno. A indústria de móveis é pequena, servindo basicamente o mercado interno. Outros produtos também são explorados como a borracha, castanha do brasil, sementes oleaginosas e ervas medicinais, onde há um monopólio na comercialização que reduz a margem de lucro do produtor. O domínio da comercialização e o beneficiamento dos produtos se torna fundamental para a valorização das matérias primas e para o desenvolvimento econômico-social do produtor.
A necessidade da domesticação de produtos extrativos, ocorre na medida em que os mesmos despertam maior interesse comercial e o custo da atividade extrativa aumenta e/ou a oferta não atende a demanda. Dentre as alternativas organizadas para a valorização dos produtos extrativos , apresentam-se as reservas extrativistas, que em sua proposta procura conciliar interesses de conservação com o desenvolvimento social e econômico, porém deve-se ter com base um modelo que garanta a sua sustentabilidade de forma a evitar custos à sociedade.