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Pujança nas exportações do agro brasileiro


Amélio Dall’Agnol

Pujança nas exportações do agro brasileiro

Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa Soja

 

Foto: Nájia Furlan/Portos do Paraná

Não é apenas a produção que dá espetáculo na agropecuária do Brasil. As exportações seguem o mesmo caminho. Segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as exportações do agronegócio representaram 43% do total exportado pelo Brasil até setembro de 2021, com US$ 120,6 bilhões e saldo positivo de US$ 105,1 bilhões. Recorde histórico, resultado impulsionado pela alta dos preços internacionais das commodities e pela decisão estratégica da China de estocar alimentos suficientes para um ano e meio.

A China continua sendo nosso maior mercado comprador de commodities agrícolas, embora esteja se esforçando para diminuir essa dependência, incentivando, inclusive, a produção na África. Em 2021, o país asiático respondeu pela importação de US$ 41,02 bilhões; alta de 20,6% em relação a 2020 (IPEA), mantendo a posição de principal destino das exportações do agro brasileiro, com 34% do total embarcado para o exterior; seguida pelos Estados Unidos, com um montante três vezes menor. Nosso terceiro maior cliente é a Holanda (leia-se União Europeia, já que esse país reexporta para outros países da Comunidade, boa parte do que importa do Brasil). Destaque para as exportações de soja com 86,1 milhões de toneladas (Mt) em grãos, 17,4 Mt em farelo e 1,5 Mt em óleo. Mais de 70% embarcadas para a China.

Apesar da expectativa de crescimento, as exportações de carne bovina recuaram 9,5% em 2021, justificadas pelo bloqueio da China à carne brasileira entre 4 de setembro e 15 de dezembro de 2021, ante a suposta ocorrência da doença da vaca louca no Brasil. O fluxo normalizou-se a partir de 15 de dezembro. Já as carnes suína e de frango tiveram alta de 12,7% e 8,3%.

Para o milho, 2021 finalizou com exportações de 20,4 Mt, montante 41,1% menor em relação ao volume de 2020. Queda justificada pela quebra da safrinha de 2020/2021, que resultaram em menor quantidade do grão para exportação, mas que resultou em faturamento 20,6% maior, devido ao câmbio favorável e ao mercado aquecido.

Destaque para o crescimento de 3% e 1% nos volumes exportados pelos portos de Rio Grande (RS) e São Luís (MA), em detrimento dos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), que recuaram 2% e 1%, respectivamente. Chama atenção a mudança do fluxo logístico nas exportações de milho pelos portos do Arco Norte, que totalizaram 48% do total embarcado. A melhoria na logística da região explica parcialmente esse resultado.

O agronegócio não alimenta apenas os cidadãos brasileiros; alimenta também, a economia do País. Sem as contribuições dos seus bilionários superávits, o Brasil seria pior, muito pior.

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