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Comunicação no agronegócio: o desafio da segmentação


Alexandre Meconi

Atualmente, qualquer empresa em atividade, independente do seu tamanho ou do mercado em que atua, é obrigada a ser eficiente e transparente quando se comunica com os seus mais diversos públicos. Todos os aspectos da comunicação empresarial, seja no âmbito comercial ou institucional, são hoje cuidadosamente estudados e aplicados dentro da lógica capitalista. Neste cenário competitivo, com consumidores cada vez mais bem informados e exigentes, a forma com a qual uma empresa se comunica passa a ser prioridade dentro de sua estrutura corporativa.

 

No agronegócio a coisa é um pouco diferente. O setor de maior importância econômica do nosso país experimenta hoje, um crescimento sem precedentes. Uma nova visão administrativa dos produtores, aliada a incorporação de tecnologias de ponta, está fazendo com que o país ocupe uma posição de destaque mundial, tanto em modernidade quanto em produtividade.

 

No entanto, a maior parte das empresas e instituições ligadas ao setor, ainda utilizam métodos amadores e ultrapassados para se comunicar com seus clientes. Alheias ao especial momento que atravessam, perdem uma grande oportunidade de solidificar “marcas e produtos”.

 

Algumas questões que podem nos ajudar a entender este assunto: Onde estão os profissionais de comunicação especializados? Quais são os veículos ou as ferramentas de comunicação que realmente funcionam no setor? Quem garante a sua credibilidade?

 

Como já colocado, o próprio setor ainda é, em sua grande maioria, constituído e gerenciado por idéias tradicionais e ultrapassadas. Não podemos continuar pensando como agrônomos ou engenheiros quando o assunto é comunicação. É preciso quebrar alguns paradigmas e incluir profissionais de marketing e propaganda dentro das estruturas das empresas. Do contrário, não haverá quem estude e, conseqüentemente, conteste certas verdades.


Sendo um setor altamente específico, seria necessário que estes “novos” profissionais de comunicação conhecessem os diferencias e as peculiaridades do mercado através de percepções obtidas no dia-a-dia do campo.

 

Quanto aos canais e veículos de comunicação (revistas, jornais, canais de TV, etc.) é nítido que todos ainda buscam uma fórmula coerente e eficaz de atingir o target rural. Acredito que existam dificuldades até para se definir com exatidão de quem estamos falando.

 

Partindo do princípio de que para se entender o agronegócio é necessário primeiro conhecer o produtor rural, uma questão se torna evidente: Qual o seu perfil e os seus hábitos?

Antes da resposta, é preciso considerar diversos fatores. E o principal deles é o da regionalização da cadeia produtiva.

 

Num país “gigante por natureza” como o Brasil, cada região é um mercado a parte. Vários são os aspectos que definirão as suas diferentes necessidades: os sócio-culturais (relacionados à história, colonização e as tradições locais) e os técnicos (principais cultivos, qualidade de solo, topografia, clima, manejo técnico, etc.).

 

Se você produz tratores, terá que diversificar seus modelos para atender diferentes necessidades de potência, se produz silos de armazenagem, terá maior sucesso em regiões com dificuldade de escoamento de safra, e assim por diante.

 

Então, como atingir o agricultor e fazer com que ele perceba e entenda o que sua empresa tem a dizer senão por vias segmentadas?


No geral, o ritmo de investimentos em comunicação no agronegócio aumentará consideravelmente nos próximos anos. Já podemos notar mudanças à medida que grandes grupos empresariais aportam no país, criando uma nova ordem de concorrência. Surge a necessidade de investir, não só na divulgação de novos produtos, mas também, na construção de grandes marcas que agreguem valores importantes na vida do produtor rural.

 

Creio que o agronegócio seja a última grande fronteira para os profissionais de comunicação. Em pouco tempo, poderá se tornar também uma das mais rentáveis. Quem se habilita?

Alexandre Meconi é diretor-presidente da F/Meconi Comunicação e Design, a primeira agência 100% agribusiness. Formado em Publicidade e Propaganda pelo Instituto Mackenzie, foi Diretor de Arte em Agências de Propaganda e atuou na área de Marketing em Empresas Multinacionais do segmento agrícola. E-mail: [email protected]

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