Não é novidade que o câmbio, como está, prejudica sobremaneira as exportações brasileiras (a sobrevalorização do real frente ao dólar retira a competitividade dos produtos brasileiros que têm seus negócios estabelecidos nesta moeda, pois no momento da conversão o exportador recebe menos reais). Especialmente no setor de carnes, como se não bastasse o problema citado acima, outros fatores são extremamente prejudiciais, como embargos e doenças (gripe aviária e febre aftosa, por exemplo). No caso das carnes de frango, a gripe aviária que se alastrou por vários países, reduziu o preço do produto no mercado internacional, tornando quase inviável a exportação brasileira. O comparativo dos volumes exportados, entre os seis primeiros meses deste ano de 2006 (incluindo uma projeção para maio e junho), e os seis primeiros meses de 2005, revela uma redução de 2,8%. Como a produção entre os dois períodos registrará um incremento de 3,82% (a produção de janeiro a junho de 2005 foi de 4,42 milhões de toneladas e a previsão para o mesmo período de 2006 é de 4,59 milhões de toneladas), a disponibilidade interna do produto passa das 3,09 milhões de toneladas para 3,30 milhões de toneladas neste ano de 2006 (no mesmo período citado anteriormente), revelando um incremento de 6,7%. Apesar disso, os dados mensais demonstram que o setor produtor de frango realizou ajustes na tentativa de atingir um equilíbrio. Foram reduzidos os alojamentos de pintos de corte, entre os meses de fevereiro e abril deste ano de 2006, refletindo numa redução da disponibilidade interna de carne já no mês de maio/06, fazendo com que as 478.500 toneladas disponíveis somente encontrem volume inferior em setembro de 2004. Assim, as projeções mais otimistas para o mercado de frango foram substituídas pela prudência do setor industrial e exportador, fato que penalizou fortemente o criador de frango neste primeiro semestre de 2006.
