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Eleições quase terminadas


Amado de Olveira Filho
Mais uma vez o Tribunal Regional Eleitoral cumpriu com brilhantismo o seu papel na votação e apuração nas eleições em Mato Grosso. Nada de anormal fora registrado. Percebe-se pelos discursos dos eleitos e não eleitos que todo o processo transcorreu com a estrita observação da legislação eleitoral brasileira. Apenas a aplicação da Lei da ficha limpa, que depende de julgamento do STF impede a conclusão do pleito. Parabéns à direção e aos técnicos do TRE/MT!

O Governo do Estado já articula uma transição que será tranqüila em função do processo de reeleição e os parlamentares estaduais e federais, especialmente os novos, certamente estão ansiosos pela diplomação e posse em seus cargos. Já os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Roussef (PT) devem estar numa corrida alucinada por apoios visando o 2º turno.

Mas, o que esperam de seus eleitos os eleitores? Num processo transparente como foram às eleições em Mato Grosso, fica claro que o povo, outorgou uma procuração aos vitoriosos em 03 de outubro. Assim, defendo que o mandato pertence ao povo e não aos partidos. Afinal, os votos atribuídos aos eleitos não são apenas dos “filiados” aos diversos partidos políticos, nenhum partido em Mato Grosso possui um milhão de filiados.

Aos eleitos espera um amontoado de problemas que precisa de solução. A começar pela necessidade de entender porque mais de quatrocentos mil eleitores não compareceram às urnas. Provavelmente em termos relativos seja a maior abstenção da história deste Estado. Estariam estes eleitores desiludidos com seus representantes?

A participação dos segmentos produtivos em eleições já foi maior. Testemunhamos, nestas eleições, uma influência excessivamente tímida nos resultados, especialmente nas eleições proporcionais. Em algumas regiões do Estado, isto se explica em função de candidaturas regionais. Os diversos segmentos preferiram disfarçar os seus apoios pelo desconforto de estar na disputa candidaturas locais.

Olhando para frente vemos que os Parlamentares Federais precisam focar alguns projetos de leis em andamento na Câmara e no Senado. Mas, sem qualquer medo de errar, o mais importante deles é o que trata do novo Código Florestal Brasileiro com relatório concluso e pronto para ir a plenário. Esta Lei trará a tão esperada produção sustentável no Brasil.

Mato Grosso está com suas rodovias estaduais e federais em boas condições e muita obra em andamento. Porém, o Estado precisa mais que isto. Precisamos insistir em reduzir o volume transportado por rodovias e, para tanto, precisamos que as ferrovias anunciadas antes das eleições de fato adentrem em nosso território. Não podemos prescindir de buscar o transporte hidroviário, o mais barato do mundo!

Ainda quanto à infraestrutura, Mato Grosso precisa de armazéns para que sua produção não continue armazenada a céu aberto. Os armazéns do Estado não comportam a produção. Algo impensável para uma atividade tão importante como a agricultura. Quanto à atividade da pecuária o setor carece de linhas especiais de crédito, com recursos controlados, para a recuperação de pastagens e adoção de tecnologias.

O segmento industrial necessita de programas especiais para promover a verticalização da produção do setor primário. Precisamos de programas que permitam à implantação de parques industriais próximos a produção agropecuária e, não podemos permitir o fechamento de plantas frigoríficas como vem ocorrendo sistematicamente em Mato Grosso.

Algo precisa ser feito em relação à produção de arroz em terras altas. Muito provavelmente se trata tão somente de adequação da legislação de classificação dos tipos de arroz. Será inglório para o Estado permitir que as modernas indústrias instaladas trabalhem muito abaixo de 50% da capacidade instalada. Esta é parte da lista de uma série de problemas que precisam de soluções.

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