Diante disso, o conjunto dos fundamentos econômicos do país aponta para uma estabilização do câmbio nos atuais níveis, ou seja, entre R$ 1,80 e R$ 2,10 para os próximos meses e mesmo no transcorrer de 2008. Principalmente se o país alcançar o famoso “grau de investimento”. Ou seja, os atuais níveis cambiais no Brasil teriam vindo para ficar! Todavia, a bolha imobiliária dos EUA mostrou que o risco-Brasil pode rapidamente subir, impedindo de alcançarmos o referido “grau”. O problema maior do país continuará sendo alcançar um crescimento econômico acima de 4%-5% de forma sustentável. Isto porque a taxa de investimento é baixa, atingindo apenas 17% do PIB. Se isto não se elevar para taxas superiores a 25% anuais, não há crescimento que resista. Ao mesmo tempo, o país poderá ser compelido a reverter o comportamento dos juros, aumentando-os e, com isto, mantendo o freio na economia. E isto por dois motivos: os gastos públicos continuam maiores do que a arrecadação tributária, já que as reformas do Estado não ocorrem; e a oferta de bens vem crescendo apenas 3,8%ao ano enquanto a disponibilidade de recursos aumenta fortemente (microcréditos, créditos consignados, importante entrada de capitais especulativos etc...). No setor agrícola, a expectativa em torno do biocombustível e o potencial brasileiro em ser o grande fornecedor mundial pode não se confirmar. O Brasil poderá não responder à demanda mundial, que porventura virá, pela falta absoluta de infra-estrutura. Com isso, os preços do álcool tendem a cair e os custos de produção do biodiesel subirão, desmotivando os produtores rurais e os projetos industriais. Sem falar no fato de que dependemos sobremaneira do mercado externo para viabilizar tais projetos. Portanto, nada de emoção e sim muita racionalidade em nossas decisões!
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