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Este câmbio veio para ficar (?)


Argemiro Luís Brum

Estivemos, neste final de julho, participando do XLV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER), na cidade de Londrina (PR). Este encontro anual, que reúne os principais pesquisadores brasileiros destas áreas, assim como estudantes, tem por praxe analisar a conjuntura econômica do país, além de outros temas relevantes. Dentre as diferentes opiniões expostas, destaca-se o fato de que o mundo viverá, nestes próximos meses, um "esfriamento" da economia dos EUA, porém, o mesmo deverá ser de forma equilibrada, não provocando uma recessão mundial. O distúrbio nas bolsas internacionais, diante da preocupação em torno da especulação no setor imobiliário daquele país, demonstra que é tênue a margem de manobra que o governo estadunidense possui para obter uma aterrissagem suave. Ao mesmo tempo, se confirma a tendência de revisão para baixo no crescimento econômico da China, fato que deverá reduzir os preços dos produtos industriais e, talvez, dos produtos agrícolas. Por sua vez, os preços do petróleo deverão recuar um pouco, estacionando ao redor de US$ 60,00/barril. Enfim, os juros sobem no mundo inteiro, fato que tenderá a revalorizar o dólar, porém, sem alterações agudas. No Brasil, graças a um aumento nos preços dos produtos de exportação e ao crescimento nas quantidades vendidas, a balança comercial nacional manteve o superávit mesmo diante de um real sobrevalorizado. Além disso, o país tem exportado muito para a chamada zona euro, região cuja moeda se valorizou em relação ao real. Paralelamente, as reservas nacionais deverão passar de US$ 175 bilhões no final deste ano para US$ 229 bilhões no final de 2008. O juro, medido pela Selic, deverá fechar o ano perto de 10,5%, com a inflação ao redor de 3,5%.

Veja também Este câmbio veio para ficar (?) (II)

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