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Manejo de Pastagens de Capim-Tobiatã na Amazônia Ocidental


Newton de Lucena Costa

O capim-Tobiatã (Panicum maximum cv. Tobiatã) teve origem na linhagem K-187-B, proveniente da Costa do Marfim, África, em 1977. E, 1978/79 foram realizados, em casa-de-vegetação do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), testes de adaptação, seleção de plantas individuais e caracterização botãnica. Quando madura, o Tobiatã apresenta folhas largas, medindo, em média, 4,5 cm de largura por 80 cm de comprimento, com coloração verde-escura. Apresenta hábito de crescimento cespitoso, podendo atingir entre 2 a 5 m de altura. As folhas possuem pouca ou nenhuma pilosidade, enquanto que as bainhas ou lígulas são densamente pilosas, em função da idade da plantas.  

Características agronômicas - o Tobiatã é adaptado a solos de média a alta fertilidade, sendo recomendado para locais onde se plantou culturas anuais em anos anteriores, dentro de um sistema de rotação agricultura x pastagem. Em Rondônia, seus rendimentos de MS estão em torno de 10 a 12 e, 3 a 4 t/ha/ano, respectivamente para os períodos chuvoso e seco. Apresenta teores de PB variando entre 7 e 12% ao longo do ano e DIVMS de 50 a 60%. É bem aceito por bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos; consorcia-se bem com leguminosas (P. phaseoloides, D. ovalifolium, C. macrocarpum e C. acutifolium); possui baixa resistência à seca; em virtude da grande pilosidade de seus colmos, é aparentemente resistente às cigarrinhas-das-pastagens, não permitindo ou dificultando a oviposição de seus ovos.

Estabelecimento - a semeadura deve ser realizada no início do período chuvoso (outubro/ novembro). O plantio pode ser em sulcos espaçados de 0,5 a 1,0 m entre si, a lanço ou em covas (0,5 x 0,5 m) quando se utiliza mudas. A profundidade de plantio deve ser de 1,0 a 2,0 cm. A densidade de semeadura varia de 10 a 15 kg/ha, dependendo do valor cultural das sementes e do método de plantio. Quando em consorciação com leguminosas, o plantio pode ser feito a lanço ou em linhas espaçadas de 1,0 a 1,5 m. O Tobiatã responde satisfatoriamente à aplicação de calcário e à fertilização fosfatada, sendo recomendado a aplicação de 3,0 a 4,0 t/ha de calcário dolomítico (PRNT = 100%) e de 80 a 120 kg de P2O5/ha. A adubação potássica deve ser realizada naqueles solos que apresentem entre 45 e 50 mg/kg de potássio (60 a 80 kg/ha de K2O/ha). Em áreas de cerrados recém-desmatadas, recomenda-se aplicar 30 kg/ha de enxofre e 2 a 3 kg/ha de zinco.

Manejo e utilização - o primeiro pastejo poderá ser realizado 90 a 100 dias após o plantio. Pastagens bem formadas e manejadas apresentam uma capacidade de suporte de 1,5 a 2,0 UA/ha no período chuvoso e 0,8 a 1,0 UA/ha no período seco. Os ganhos de peso/an/dia podem variar de 400 a 700 g no período chuvoso e de 200 a 300 g na época seca. O pastejo deve ser iniciado quando as plantas atingem entre 1,2 a 1,6 m de altura, as quais devem ser rebaixadas até cerca de 30 cm acima do solo. Os períodos de ocupação devem variar entre 1 e 5 dias e os de descanso entre 28 e 35 dias. Como apresenta moderada resistência à seca, recomenda-se seu diferimento no final do período chuvoso, visando o acúmulo de forragem de boa qualidade para utilização durante o período de estiagem. Para as condições edafoclimáticas de Rondônia, visando conciliar disponibilidade e qualidade da forragem, sugere-se o diferimento em fevereiro ou março, para utilização em junho e julho e, diferimento em abril, para utilização em agosto e setembro. Com este procedimento poderão ser obtidas produções de MS entre 4 e 6 t/ha, com teores de PB entre 6 e 9% e coeficientes de DIVMS entre 51 e 55%.

Newton de Lucena Costa - Embrapa Amapá

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