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Novo aeroporto: localização e os números



Marcos Crivelaro

O assunto do momento é falar sobre aviação (pouco lembramos de futebol e dos jogos panamericanos!): lembrar dos acidentes aéreos, monitorar os acontecimentos diários nos aeroportos e enumerar as possíveis soluções para a crise aérea. Muitos apenas conhecem-me através dos meus textos que abordam finanças. Mas também sou engenheiro civil. Dessa maneira, além dos valores financeiros selecionei algumas informações técnicas que enriquecerão a discussão de onde será o provável local do novo aeroporto de São Paulo e os números que compõe este novo aeroporto:

 

Localização 1: já foi anunciado que não será exatamente na cidade de São Paulo, mas na grande São Paulo. Excluindo a região sul (Congonhas), a leste (Cumbica) e a norte (Campo de Marte) sobra a região oeste. É racional que esse novo aeroporto fique às margens do Rodoanel e do Ferroanel. O Rodoanel vai interligar as 10 rodovias que chegam a São Paulo. A plataforma logística ficará completa quando o Ferroanel elevar a participação modal ferroviário na matriz de transportes do Estado de 5% para 31%. Portanto os potenciais municípios são Embu e Itapecerica da Serra.

 

Localização 2: analisando as recomendações do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista já existem esforços para implementação de um Aeroporto Internacional e de Cargas para atendimento complementar ao aeroporto internacional de Cumbica. O grande atrativo é a possibilidade de uma inédita intermodalidade, ou seja, junto a esse aeroporto além do já existente sistema Anchieta-Imigrantes, seria interessante a implantação de viagens em trens rápidos (200 km/h) para o transporte de passageiros/cargas e a possibilidade de construção de um terminal marítimo para passageiros de cruzeiros marítimos e armazenamento de carga. Atender a todos esses quesitos e buscar uma área pouco habitada permite candidatar os municípios de São Vicente e Cubatão.

 

Tamanho do complexo aeroportuário: o novo aeroporto com custo estimado em US$ 4 bilhões deverá ter uma área superior a 25 km² (utilizando 3 milhões de m³ de concreto), um estacionamento próximo a 100 aeronaves e 500 balcões de check-in que permitirão atender uma futura demanda anual de 30 milhões de passageiros. Atualmente os modernos aeroportos atendem quase 50 tipos de aeronaves, mas o maior desafio fica por conta no novo Airbus A380, com capacidade de até 800 passageiros. Realizando uma comparação com o Airbus A320 que sofreu o acidente é possível perceber a evolução que os novos aeroportos deverão sofrer. O A320 possui as seguintes características: capacidade de até 180 passageiros, comprimento de 37,57 m, envergadura de 34,10 m e pode atingir até 833 km/h. O A380 que é composto por 2 andares tem 73 m de comprimento, envergadura de quase 80 m, velocidade máxima de 970 km/h e autonomia de quase 15 mil km (São Paulo-Nova Delhi na Índia, sem escalas). O trem de pouso possui 22 rodas com comprimento de 14,3 m. O avião gigante da Airbus precisa para aterrissar de pistas de 45 metros de largura.

 

Características da pista: o aeroporto do Galeão (RJ) possui a mais longa pista do país, 4.240 m. No dimensionamento do novo aeroporto é fundamental optar por 3 pistas de concreto asfáltico com comprimento superior a 4.000 m (muito acima dos atuais 1.940 m de Congonhas!). A opção do aeroporto no nível do mar permite, por causa da densidade atmosférica construir uma pista 15% mais curta em comparação com uma pista na altitude da região metropolitana. A decolagem de aviões é facilitada. Por exemplo, um avião leve na Baixada precisaria de 300 m para decolar, já na cidade de São Paulo necessita de 400 m.

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