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Obesidade e lentidão mental nos negócios


Eleri Hamer
Num mundo com cada vez mais informação e conhecimento podemos ficar ignorantes cada vez mais rápidos e com maior facilidade.
O exemplo da média nos dá uma boa idéia disso. Se tivermos uma determinada pontuação podemos estar acima da média do grupo a que pertencemos, mas se esse grupo evolui e nós nos mantermos no mesmo nível, podemos rapidamente estar abaixo da média sem termos piorado um só ponto.

Como o mundo fervilha de informação e conhecimento novo a cada instante, a necessidade das empresas e pessoas desenvolverem os seus reflexos e a sensibilidade também se torna premente. Uma questão de vida ou morte.
O que era importante ontem e os clientes valorizavam, agora rejeitam. A estratégia que funcionou durante anos pode ser desastrosa de um momento para outro. O cliente evoluiu, os negócios mudaram. A informação virou quase uma commodity.
Observe as suas atividades de gestor ou profissional. Monitore o seu dia-a-dia. Comece pelo número de estímulos sobre novas ou pseudo novas informações que você recebe diariamente.
Quantos e-mail’s, por exemplo, cada um de nós recebe por dia? De quantos extraímos algo útil? Gastamos um tempo enorme separando o inútil, o potencialmente útil e o útil. Este último normalmente é a décima parte do que recebemos.
Diariamente somos bombardeados por uma tempestade de informações e acabamos por viver numa inundação. Ficamos imersos, quando não submersos, sem saber o que fazer com tudo.
Na lógica da gestão sofisticadamente simples, devemos antes de tudo saber onde está e quais são as informações ou o conhecimento essencial, qual deles é necessário e qual é dispensável para a gestão eficiente e eficaz do nosso negócio.
Esse exagero de informação torna as pessoas e as empresas obesas e lentas. Conheço várias empresas que eram excelentes. Atendiam rapidamente os seus clientes e eram exemplos de dinamismo e eficácia. Depois que cresceram, ficaram lentas, letárgicas. Parece que o sistema gestor realiza tudo de modo arrastado e pesaroso.
E os gestores? Como controlar o excesso de informação? Sabemos que todo exagero pode desenvolver alguma patologia ameaçando a nossa saúde física e mental. Neste caso interferindo negativamente também nos nossos negócios.
Do mesmo modo que a sociedade da informação ainda não sabe como lidar com ela, os gestores também têm dificuldades em estabelecer o conjunto de informações essenciais para eles.
Em suas empresas também colaboram para ampliar o caos informacional à medida que demandam para os seus subordinados relatórios em duplicidade ou estabelecem complexidades desnecessárias e muitas vezes de utilidade duvidosa, dentre outras práticas.
Estabelecer premissas e indicadores mínimos capazes de permitir a gestão eficiente já é um bom começo.
Para tornar efetiva a estratégia é necessário desenvolver foco e assim “lipo-aspirar o excesso” reeducando o modo de gestão para evitar que a obesidade informacional torne o gestor e a empresa lentos nas decisões. Decisão e execução eficazes ainda são vitais.

Para complicar a situação a maioria dos jovens que estão chegando às empresas ou mesmo entrando nas escolas de negócios é ávida por informação. São capazes de realizar 2 ou 3 tarefas ao mesmo tempo. Assistem TV, escrevem texto e ouvem música com facilidade.
A eficácia em alguns casos é duvidosa, mas a questão central é que com esse ritmo alucinado encontrarão chefes de outra geração, que precisa fazer uma coisa de cada vez.
A questão não é decidir o melhor, mas harmonizar essas culturas. Esse é um dos principais desafios da gestão contemporânea.
Uma boa semana de Gestão & Negócios.

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