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Para tornar a empresa inteligente


Eleri Hamer
Conheço muita gente que possui facilidade de aprendizagem. Como um dito popular: pega as coisas no ar. Mas, por outro lado, não se dedica, sendo uma pessoa relapsa e acaba gerando resultados piores que outras, com menor capacidade intelectual e que realizam mais.

De outro modo, também existem empresas que possuem grandes profissionais, de extraordinária capacidade individual, mas que no coletivo não conseguem trazer resultados adequados. São melhores individualmente que no coletivo. Como se fosse um time. Jogadores ruins podem formar uma equipe com melhores resultados do que outra com excelentes atletas.
Os fatores originadores destas duas situações podem ser muitos. Destacam-se, de um lado, o aspecto psicológico, de percepção, relacionado à necessidade individual, prevalecendo muitas vezes a mediocridade do indivíduo e por isso se satisfaz com o mínimo, e como possui facilidade para compreender a situação, também não há esforço para se destacar, mantem-se na média.
De outro está o processo de integração e gestão empresarial, centrada na aprendizagem organizacional e no processo de inovação. Concentrar, renovar e direcionar conhecimentos tornando-a uma empresa inteligente, capaz de tomar decisões rápidas e assertivas.
Mas afinal, o que é uma empresa inteligente? Para responder essa pergunta destaco uma frase célebre de um dos maiores investidores e homens mais ricos do mundo, Warren Buffet, e que traduz bem essa essência:
“Você deve investir em empresas que possam ser administradas até por um idiota, porque um dia isso vai acontecer.”
De forma direta, significa dizer que as empresas precisam ser estruturadas de modo que andem praticamente sozinhas, necessitando somente posicionamentos estratégicos dos gestores, diretores ou proprietários, o que no cerne é a função deles.
Na prática, porém, o que acaba acontecendo é que muitos diretores ou proprietários acabam se preocupando e ocupando seu precioso tempo com pequenas questões do dia-a-dia e que facilmente um bom funcionário com a devida autonomia resolveria. Por outro lado, deixam de prestar atenção naquilo que realmente é estratégico para a empresa.

Desse modo, uma empresa inteligente é aquela que possui e renova o seu conhecimento, conseguindo utilizá-lo com rapidez, focando nos resultados.
Esse aspecto da utilização, da rapidez e do foco nos resultados é particularmente importante dado a característica de mudanças rápidas que o ambiente dos negócios tem criado. Logo, a necessidade de estruturar uma empresa capaz de permitir que as decisões tomadas sejam baseadas em informações e conhecimento, mas tudo de maneira veloz e eficaz.
Dentre algumas necessidades a serem implementadas para alcançar isso pode-se destacar:
(i) A estratégia. Tornar a empresa inteligente precisa fazer parte da estratégia declarada e duradoura da empresa. Isso precisa ser dito e dirigido à todos. Só tem uma pessoa ou conjunto de pessoas que pode fazer isso: o dono ou diretor-presidente.
(ii) A estrutura. É necessário que a empresa crie uma estrutura de apoio mínima. Espaço e instrumentos são fundamentais.
(iii) Um bom sistema de gestão. Somente um bom sistema não é suficiente. Sem ele, porém, é quase impossível que sejamos capazes de tomar decisões da maneira que necessitamos. Principalmente em empresas que possuem um determinado nível de complexidade ou de tamanho.
Como queremos inteligência na empresa, um bom sistema é inclusive capaz de facilitar o processo de sucessão familiar, permitindo que tudo fique mais seguro e transparente. Desse modo também auxilia no natural acompanhamento, reduzindo a insegurança do sucessor no momento de assumir os negócios.
(iiii) Gente. É natural que necessitamos parar de valorizar o funcionário bombeiro e comecemos a valorizar mais quem planeja e se antecipa aos problemas. Por isso é premente que a empresa invista nas pessoas como ativo fundamental.
Assim, vamos nos mexer se quisermos que nossas empresas não desapareçam em breve. Einstein já dizia que “a definição de insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente”.
É coisa de louco mesmo. Aquela grande semana para todos.
 
Eleri Hamer é Consultor de Negócios e Palestrante. Professor de Graduação e Pós-Graduação do CESUR. E-mail: [email protected]

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