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Precisamos da extensão rural. Urgente!


Paulo Schwab

Durante a realização do primeiro Encontro Nacional de Inspetores Técnicos da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), no final do ano passado, em Avaré, São Paulo, o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, de Botucatu, SP, Edson Siqueira, foi enfático em afirmar que “não adiantava o país dispor de pesquisas avançadas na área, se a extensão rural não caminha no mesmo ritmo”. Quis dizer com isto que se não houver extensão rural organizada, que leve ao campo os resultados dos trabalhos realizados pelas diversas instituições de pesquisas existentes no Brasil, de nada vai adiantar prosseguir e investir nesta atividade.

No início de minha carreira, no Rio Grande do Sul, fui trabalhar na Ascar, empresa que seria o embrião da hoje Emater. Minha região de atuação foi Rosário do Sul no oeste do Estado. Realizava atividades em várias áreas, não só em ovinocultura, que eu conhecia bastante pela vivência que tinha na propriedade de meu pai. Por esta experiência que tive e pelos anos que pude constatar a eficiência e a importância da Extensão Rural para o agronegócio, sou obrigado a concordar com o professor Siqueira.

E não só concordar como também ressaltar que muitos avanços obtidos pelo produtor rural no que tange a questões de melhorias no manejo, nas questões sanitárias e na produção como um todo, conquistando melhor produtividade na fazenda, foram conquistadas devido à existência de um suporte dado pela Extensão Rural. Isto porque, os técnicos que atuam nesta atividade, fazem realmente um trabalho fantástico ao serem “consultores” dos produtores, no que concerne à sua atividade no campo.

E por saber e compreender esta importância, não posso deixar de ficar entristecido e indignado ao perceber que muitos governos estaduais estão desmantelando às suas empresas de Extensão Rural. Seja por corte nas verbas, seja pela demissão de técnicos que prestavam importantes serviços e eram especializados nas suas áreas, o fato é que muitas Emater ou assemelhadas, estão perdendo força, vitalidade e capacidade de prosseguirem com suas importantes ações no campo. Um exemplo claro disto foi perceber que em recente reunião da Câmara Setorial de Ovinocultura do RS, o técnico da Emater que foi designado a se fazer presente, era especializado em bovinos de leite. Não há mais, nos quadros da entidade, técnicos especializados em ovinos.

A ovinocultura hoje depende muito de conhecimento. De aplicação dos conhecimentos que estão sendo gerados nas instituições de pesquisas. De um técnico que vá a campo e oriente o produtor a melhorar o seu manejo, a evitar perdas no rebanho, e ganhar mais dinheiro com a atividade, via aplicação destas pesquisas. Sabemos que os esforços são grandes para tentar manter as Emater como deveria, mas não podemos deixar de dizer que este é um serviço que precisa ser ampliado, fortalecido e mantido porque os benefícios que trazem para o campo são inestimáveis.

É preciso chamar a atenção de todos os governantes que manter em atividade uma Emater é a garantia de boas produções no campo. Diminuição de perdas e, ao final de tudo, fortalecimento do agronegócio, mantendo o homem no campo. Por isto tudo que mostramos, quero reafirmar que precisamos muito da Extensão Rural, e isto é Urgente! Porque ela é quem vai auxiliar na melhoria dos conhecimentos dos produtores de ovinos e, por conseqüência, no aumento do nosso rebanho.

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