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Quando as palestras trazem resultados


Eleri Hamer

O mundo empresarial e corporativo tem dado mostras de que reconhece a necessidade de oxigenar o sistema. Novos negócios surgem a todo o momento e a reinvenção dos já existentes parece ser uma prática que distingue as organizações de sucesso das que cambaleiam no ambiente concorrencial.
Dado esse afã de se tornar uma empresa que acompanha e se mantém competitiva, muitos empresários se utilizam dos recursos apresentados pelos profissionais que trabalham com a Educação Executiva, prometendo resultados que, em muitos casos, precisam muito mais do que vontade para se tornarem exeqüíveis.
Um dos expedientes comuns nas organizações é o de trazer alguém para dinamizar a cansada rotina da empresa. Frequentemente um “show mann” cumpre esse papel e momentaneamente melhora o desempenho da equipe. Pelo menos deixa uma alegria contagiante no ar, até você sair da sala e reencontrar o seu velho ambiente, exatamente do jeito que o deixou. Como já escrevi neste espaço, pão e circo fazem sucesso desde Júlio Cesar na Roma Antiga.
Normalmente isso ocorre porque o processo é desorganizado. Os interesses são conflituosos e o direcionamento é desordenado. Posso garantir, por exemplo, de que já houve ocasião em que você teve a nítida impressão de que o seu colega, chefe ou o próprio dono, deveriam estar lá ouvindo a exposição, mas não estavam. No inconsciente ficou martelando a frase "quem deveria estar aqui ouvindo isto não veio" e a situação acaba se tornando uma descrença coletiva.
Por outro lado, em determinados casos o próprio palestrante se preocupa muito mais com a palestra em si do que aquilo que os presentes vão fazer com o conteúdo dela. Está mais preocupado com o show do que com o conteúdo. É óbvio que só o conteúdo e sem uma didática que torne o ambiente lúdico e atraente também terá pouca efetividade. Precisa haver equilíbrio.
Do mesmo modo, muitos empresários também não sabem exatamente o querem extrair desses eventos e confiam em última análise no show que se promete, sem se preocupar com a real contribuição para a gestão dos seus negócios e as necessárias atividades que precisam ser realizadas antes e após os eventos.
É sabido que as palestras são muito úteis e podem desencadear um conjunto de ações excepcionais, melhorando o desempenho das pessoas e das empresas. Como e em que circunstâncias elas são realizadas é que está a questão fundamental.
Por isso é essencial que se faça um breefing para entender e ajustar o seu trabalho aos propósitos do evento. Mesmo no caso de palestras consagradas, devemos acordar os conteúdos e harmonizar os enfoques, buscando alinhar os interesses, posicionando-a no contexto da empresa ou do evento.
Assim, as palestras podem servir principalmente para dar o start de um conjunto de ações que a empresa pretende adotar, bem como elemento dinamizador de um programa de mudanças na empresa. E frequentemente podem ter o enfoque de desencadear insights, principalmente para os gestores principais ou os líderes de equipes.
Por fim, quaisquer iniciativas desse gênero devem necessariamente estar ligadas a um interesse genuíno da direção ou gerência superior na implantação e execução das discussões da conferência. Caso contrário pode se tornar somente um paliativo e no final das contas uma atividade que caia em descrédito, tornado-se um custo ao invés de um bom investimento, com resultados no curto, médio e longo prazo.
Uma semana intensa para todos.

Eleri Hamer é Mestre em Agronegócios, Professor de Graduação e Pós-Graduação do CESUR, desenvolve Palestras, Educação Executiva e Consultorias em Gestão Empresarial e Agronegócio. Home-page: www.elerihamer.com.br E-mail: [email protected]

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