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Tecnologia de aplicação e volumes de vazões


Jeferson Luís Rezende
Uma grande satisfação poder estar interagindo com o mestre Alan McCracken e, poder estar trazendo para os nossos companheiros da aviação (pilotos, agrônomos, técnicos e agricultores),   informações consistentes que possam colaborar para o avanço técnico da atividade e da agricultura.

O fato de que em algumas grandes áreas do Mato Grosso o uso de baixos volumes para fungicidas: 5 litros por hectare; está sacramentado, é sem dúvida alguma uma notícia positiva e muito bem vinda.

Agora, é preciso adaptar esta prática para as outras regiões, especialmente, para a região sul do Brasil, onde o uso destes volumes ainda gera dúvida, por encontrar alguns percalços operacionais, como: obstáculos nas áreas, coxilhas, capões de mato, e ainda, porque diferentemente do MT e do Uruguai, as lavouras do sul não são definidas de maneira regular: não são aqueles talhões quadrados perfeitos.

Com o Professor/Pesquisador Sidnei Jadoski – diretor do Núcleo de Aviação e Tecnologia da UNICENTRO; realizamos trabalhos a campo, em parceria com Instituições de Pesquisas e/ou Empresas de Agroquímicos e, em todos eles, observamos algumas diferenças pontuais no controle de doenças, quando foi utilizado um volume maior de vazão (a favor deste): 10 l/ha – 20 l/ha. Decidimos então, em comum acordo, que o VV 15 l/ha seria o razoável e mais indicado para estas regiões.

O pesquisador Heraldo Feksa, da Fundação Agrária de Pesquisas Agropecuárias - FAPA, também tem informações consistentes nesta mesma direção.

Procuramos preconizar, na medida do possível, os volumes de vazões menores, tanto para as aplicações aéreas, como para as terrestres. Mas, o fato é que nas regiões com topografia mais acidentada e, com lavouras cheias de capões de mato e postes de luz, não é possível usar a mesma operação de vôo; a mesma técnica de aplicação que se usa nos “tapetes” mato-grossense.

Acreditamos neste momento que o grande segredo está no tamanho das gotas utilizadas. O espectro ideal, que imaginamos estar na casa das 250 micras, pode efetivamente representar a diferença entre uma aplicação segura e eficaz, ou não.

Alia-se a isto, o tamanho das faixas usadas, que no nosso  entendimento, para fungicidas deve ser de 16 metros; 18 metros no máximo, para aviões do porte do Ipanema.

Já com relação ao uso de óleo vegetal como adjuvante, embora seja uma prática antiga e bastante comum, no nosso entendimento é uma alternativa equivocada e ultrapassada. Os fungicidas de maneira geral não interagem muito bem com o OV e, em alguns casos ocorrem sérios problemas de emulsão de calda e entupimentos das pontas. O fato é que o OV não se mistura adequadamente com as moléculas e, há riscos até de “separação”
durante a aplicação/pulverização.

Da mesma forma como o Alan tem preconizado as caldas sem a presença de OV e, outros operadores, como a C.Vale, o fazem, existem técnicas interessantes atualmente, que substituem melhor o OV, e não criam problemas de emulsão.

É importante que o Operador Aéreo busque estas informações, discuta internamente com seus pilotos e com o agrônomo responsável as peculiaridades da sua região e dos produtos principais que são pulverizados, para adequar a melhor tecnologia as suas necessidades e dos seus clientes.

Com relação ao sucesso dos tratamentos realizados pela fazenda do Mato Grosso, que pulverizou cerca de 3 milhões de hectares nos últimos 4 anos com VV de 5 l/ha, seria interessante difundir estes resultados, através do depoimento dos agrônomos envolvidos e/ou dos seus proprietários, a fim de levarmos esta mensagem para os mais distantes pontos do país.

Desta maneira, poderemos minimizar a aversão e o preconceito que permeia grande parte do meio técnico e dos produtores rurais, em relação aos ultra-baixo volumes. Paralelo a isso, informações são fundamentais para que os Pilotos conheçam e compreendam as diferenças pontuais e as exigências técnicas existentes para cada situação e região. Assim, não se corre o risco de se usar uma técnica adequada especificamente para uma determinada região, em outra, com características completamente adversas.

Com o advento das doenças em culturas como a soja e o milho, dentre outras, e, o surgimento de novas moléculas para controlá-las, cada vez mais serão necessários experimentos e discussões técnicas sobre estes temas, a fim de que a aviação agrícola não corra o risco de cair em descrédito por operações equivocadas, ou mal conduzidas por falta de informações.

O momento é favorável para o crescimento da atividade aeroagrícola e, uma grande oportunidade para avançar de maneira organizada no mercado.

Como bem disse o Ms. Marcelo Drescher, no seu artigo no AgAirUpdate de dezembro: a informação é fundamental!

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