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Trigo: até quando?


Adelson Gasparin
É realmente muito triste a realidade que os produtores de trigo vêm enfrentando no Rio Grande do Sul. Alto custo de produção X Alto nível de instabilidade. Como filho de produtor  também  fico  frustrado.  Pois  é  de  uma  imensa vergonha  que  o  alimento  principal  do  café-da-manhã  da sociedade  gere  sofrimentos,  até  prejuízos  aos  produtores para chegar à mesa do consumidor.
E o que o governo tem feito? Leilões de PEP com a intenção de viabilizar o frete (escoamento) da produção. Concordo que o governo tenta buscar soluções com este projeto que é  realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Mas me  expliquem,  quero  saber  onde  está  o  ‘subsídio’  que  o  produtor  necessita urgentemente  receber para custear os prejuízos que o excesso de chuvas causou nas  lavouras.
Será que o governo  irá evitar prejuízos do produtor com os PEPs?  Apenas  leilões não  são o bastante.  E  quem  paga  os  estragos  das  chuvas  desta  safra?  Os  produtores  necessitam  mais segurança  na  hora  de  semear  as  lavouras,  para  dessa  forma,  voltar  a  obter  lucros  com  este sagrado vegetal. Ou então, que  tal a sociedade mudar  seus hábitos e aprender a comer aquele velho pão de milho? Pão de milho também tem um sabor ótimo! Mas será que os políticos iriam ficar  sem  o  pãozinho  francês  no  seu  farto  café-da-manhã? 
Por  isso  meus  amigos,  vamos organizar  esta  bagunça.  Sabemos  que  o  mercado  farináceo  de  trigo  está  muito  debilitado. Nossos vizinhos, que em 26 de março de 1991, assinaram o Tratado de Assunção na cidade de Assunción, capital do Paraguai, estão felizes. O Brasil adora  importar o  trigo deles, que chega aqui no país a preços quase  sempre  inferiores ao do mercado nacional. A entrada do produto pelo  regime  ‘União Aduaneira’  permite  que  o  produto  entre  no Brasil  sem muitas  restrições.
Também, em junho deste ano, a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) solicitou a isenção da Taxa Externa Comum (TEC) para importação de trigo dos Estados Unidos e Canadá. Porém o Ministério da Agricultura, por Reinhold Stephanes, negou o pedido de manutenção da TEC. Já  imaginou Brasil  importando  trigo  de  fora  do MERCOSUL  também? Agravaria  ainda mais  o  setor.
E quem paga por  isso  sem dúvidas é o produtor. Arca com prejuízos e chora baixinho.  Está na hora de darmos um basta nestes episódios e produzir incentivos aos nossos produtores.  Precisamos de políticas sérias e que dêem resultados positivos.
O pãozinho nunca vai deixar de  existir. Mas os produtores? Até quando irão pagar para produzir trigo? Pensem nisso!

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