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Biodiversidade redefine desafios da agricultura

“A biodiversidade não é apenas uma questão ambiental"


A importância do tema foi reforçada com o Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal A importância do tema foi reforçada com o Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal - Foto: Divulgação

A biodiversidade é um elemento central para a produção agrícola, ao sustentar processos naturais que garantem a produtividade e a resiliência das lavouras. A interação entre plantas, animais, insetos, fungos e microrganismos forma ecossistemas complexos que fornecem serviços essenciais, como polinização, controle de pragas, armazenamento de água e regulação do clima, fundamentais para o funcionamento da agricultura.

Apesar de seu papel estratégico, a agricultura também é apontada como o principal fator de perda de biodiversidade no mundo. A conversão de áreas naturais em lavouras e pastagens, a extração intensiva de água doce para irrigação e a poluição provocada pelo uso de fertilizantes e pesticidas permitiram ganhos expressivos de produção, mas ampliaram a pressão sobre os ecossistemas. A degradação desses sistemas naturais compromete serviços essenciais ao próprio setor produtivo, elevando riscos à produtividade e à estabilidade das atividades no campo.

A importância do tema foi reforçada com o Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal, lançado em 2022, que estabelece metas para conter e reverter a perda de biodiversidade. O acordo prevê que os governos signatários desenvolvam e implementem políticas nacionais alinhadas a esses objetivos, o que tende a provocar mudanças relevantes na forma como a agricultura é conduzida. Em paralelo, empresas do setor de alimentos e do agronegócio passaram a incorporar riscos e impactos relacionados à natureza em suas estratégias de sustentabilidade, ampliando ações voltadas ao apoio aos produtores rurais.

A intensificação das exigências regulatórias e a redução dos serviços ecossistêmicos representam riscos crescentes, enquanto iniciativas públicas e privadas podem abrir novas fontes de renda. Entre elas estão subsídios, programas corporativos e mercados emergentes de créditos de biodiversidade e pagamentos por serviços ecossistêmicos, que estimulam práticas produtivas mais resilientes e alinhadas à conservação ambiental.

“A biodiversidade não é apenas uma questão ambiental, está se tornando também uma questão de negócios, ao oferecer potenciais novas fontes de receita, melhor acesso ou posicionamento de mercado, além de maior resiliência, garantindo os recursos naturais dos quais dependem as lavouras e a pecuária”, conclui.
 

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