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ILP é estratégica no arroz

Cerca de 20% da região Sul gaúcha já trabalha no sistema


Foto: Irga Zona Sul

O sistema da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) começa a ganhar espaço na lavoura arrozeira. Seja em rotação ou sucessão tem garantido recuperação de renda ao oriziultor e otimização de áreas. No Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no país, já há bons resultados. Na região Sul no verão se trabalha arroz e soja e no inverno, que era uma área ociosa, há a implantação de pastagens como azevém e trevo-persa, vermelho e branco e gado de corte. 

Cerca de 20% da região já trabalha no sistema. O engenheiro agrônomo  e responsável pelo Irga Zona Sul, André Barros Matos, destaca que, além da renda, o ILP tem trazido outras vantagens. “A soja abriu as portas para a diversificação. Para ela se adota manejos que melhoram o solo como a correção de Ph, calagem e drenagem. Isso melhora o perfil de solo para as pastagens que vem a seguir. O inverno passou a ter importância econômica”, constata.

O assunto vai ganhar mais destaque na 31ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. As áreas demonstrativas em Capão do Leão (RS) já estão sendo preparadas, com exemplos de soja, arroz, pecuária e irrigação para o sistema. O evento está programado para acontecer entre 9 a 11 de fevereiro de 2021.

Os organizadores do evento ainda citam outros benefícios do sistema. Além de mais opção de produtos para comercialização, há a otimização de máquinas e mão-de-obra que ficavam ociosas na entressafra, mantendo a sustentabilidade da lavoura arrozeira. “Estamos em busca de uma intensificação do sistema produtivo e certamente a pecuária terá uma participação cada vez maior neste sistema”, salienta  presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.

Conforme o engenheiro agrônomo Paulo Osório, consultor da Porteira Adentro, da porteira para fora, essa diversificação faz com que o produtor tenha uma estabilidade maior no negócio, “conseguindo ter um leque de produtos para comercialização, organizando as vendas, fugindo dos momentos históricos de menor preço de cada produto, e proporcionando ao produtor obter maior renda na média dos anos”, frisa.

O pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Danilo Sant’Anna, reforça que a pecuária dentro do sistema de produção com o arroz e a soja em terras baixas contribui para a redução de custos. " Para isso é necessário uma visão do sistema da propriedade inteira com uma visão integrada. É uma atividade que pode proporcionar mais renda pelo aumento de produção e não somente porque os preços estão bons. Mesmo antes, a margem de aumento de produtividade é muito grande nestes sistemas pastoris, e o grande impulsionador da renda é a produtividade. Este aumento de renda paga os investimentos que a pecuária necessita", ressalta.

O evento será de forma híbrida e tem como tema "Os novos rumos do sistema de produção". As inscrições são gratuitas e online.
 

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