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América Latina tem 1ª batata melhorada com CRISPR

O escurecimento e os hematomas das batatas causam prejuízos milionários


Foto: Pixabay

Cientistas do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina, entidade pública responsável por realizar e centralizar a pesquisa agrícola no país, estão perto de lançar a primeira batata geneticamente editada na América Latina. O desenvolvimento teve como objetivo desligar o gene que causa o escurecimento da batata após ser cortada, descascada ou atingida durante o processo de colheita e transporte. Essa característica, conhecida como escurecimento enzimático, ocorre devido à oxidação da batata e altera o sabor, a textura e a cor, afetando suas propriedades nutricionais e a qualidade do produto.

O escurecimento e os hematomas das batatas causam prejuízos milionários aos agricultores, além de promover o desperdício de alimentos em supermercados e residências quando os consumidores descartam o produto devido ao seu mau aspecto. A batata, que começou a ser cultivada há 8.000 anos nos Andes, é a terceira cultura mais importante para consumo humano no mundo, depois do arroz e do trigo, e é considerada fundamental para a segurança alimentar de milhões de pessoas na América Latina, África e Ásia, segundo o Centro Internacional da Batata, localizado no Peru, centro de origem do tubérculo.

Através da revolucionária técnica de edição genética CRISPR-Cas9, no âmbito da tese de doutorado do Dr. Matías González desenvolvida no Laboratório de Agrobiotecnologia da Estação Experimental Agrícola de Balcarce (INTA) codirigida pelo Dr. desligar o gene que codifica a expressão das enzimas polifenol oxidase, responsáveis ??pelo escurecimento. Em testes realizados, mostraram que raspas de batata geneticamente editadas podem ficar até 48 horas expostas ao ar sem escurecer, estado que as batatas convencionais atingem em apenas alguns minutos.

A batata editada já foi submetida à Instância de Consulta Prévia perante o regulador argentino, que concluiu que o produto é considerado convencional por não possuir genes de outros organismos distantes, o que significa que a batata não deve seguir o marco regulatório designado para culturas transgênicas.

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