Como o glifosato atua nas plantas daninhas
O produto não atua apenas sobre plantas de folha larga
O produto não atua apenas sobre plantas de folha larga - Foto: Divulgação
O uso de herbicidas exige compreensão técnica sobre como essas moléculas interagem com as plantas e quais efeitos produzem ao longo do tempo no campo. Segundo informações de Walisson Cardoso, operador de máquinas agrícolas, o glifosato é frequentemente interpretado de forma limitada, apesar de seu modo de ação atingir diferentes grupos vegetais.
O produto não atua apenas sobre plantas de folha larga, pois é classificado como sistêmico e não seletivo, com efeito tanto em gramíneas quanto em folhas largas. Após a aplicação, o glifosato é absorvido pelas folhas por meio da cutícula e, em seguida, translocado pelo floema, alcançando diferentes partes da planta. Esse deslocamento interno é decisivo para o bloqueio da enzima EPSPS, responsável por etapas essenciais da síntese de aminoácidos. Com essa interrupção, o metabolismo vegetal é comprometido, ocorre a paralisação do crescimento e a planta entra em um processo de morte gradual.
Esse mecanismo explica por que o controle não é imediato e depende do estágio de desenvolvimento da planta daninha. O desempenho do produto tende a ser superior quando as plantas estão em crescimento ativo, condição que favorece a translocação do herbicida. Em culturas como a cana-de-açúcar, a aplicação dirigida se torna essencial para garantir eficiência no controle e reduzir efeitos indesejados sobre a cultura.
O entendimento do funcionamento do glifosato é apontado como fundamental para evitar falhas de controle, reduzir riscos de fitotoxicidade e promover um manejo mais eficiente e responsável. A prática no campo, nesse contexto, vai além da operação de máquinas e passa a exigir conhecimento aplicado para decisões mais precisas no uso de defensivos agrícolas.