Sementes
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O grande sucesso da semente como órgão de perpetuação e de disseminação das espécies vegetais deve-se a sua capacidade de distribuição no tempo, através dos mecanismos de dormência, e no espaço, pelos mecanismos de dispersão (espinhos, pêlos, asas, etc). Por um lado, a dormência permite que as plantas germinem em condições favoráveis e impede que ocorra a germinação das sementes todas de uma vez. Por outro lado, a dispersão propicia à espécie vegetal a introdução em áreas em que a mesma não está presente ou está em pequenas populações.
A grande importância da semente para a evolução do ser humano se deve ao fato de que, a partir do momento em que o homem passou a compreender a relação semente-planta-semente, aproximadamente há 10 mil anos atrás, esta compreensão levou a mudança nos hábitos. Isto porque, a espécie humana passou de nômade e caçadora, para uma vida sedentária, em que a agricultura era sua base de alimentação. Para isto, porém, o homem precisou “domesticar” algumas espécies vegetais, visando a utilização de seus grãos como alimento. Desta forma, as sementes (grãos) destas espécies passaram a constituir a forma mais fácil de alimentar as comunidades nascentes.
De maneira geral, pode-se considerar que a semente é o veículo que leva ao agricultor todo o potencial genético de uma cultivar com características superiores. Em seu caminho, do melhorista à utilização pelo agricultor, pequenas quantidades de sementes são multiplicadas até que sejam alcançados volumes em escala comercial, no decorrer do qual a qualidade dessas sementes está sujeita a uma série de fatores capazes de causarem perda de todo potencial genético. A minimização dessas perdas, com a produção de quantidades adequadas, é o objetivo principal de um programa de sementes.
Na agricultura tradicional, ainda é comum o agricultor separar parte de sua produção para utilizar na safra seguinte como semente. Além dessa prática, pouca distinção é feita entre o grão, que se utiliza para alimentação, e a semente utilizada para multiplicação.
A agricultura moderna, porém, requer a multiplicação e disseminação rápida e eficaz das cultivares melhoradas, tão logo sejam criadas. Desta forma, novas cultivares melhoradas somente se tornam insumos agrícolas quando suas sementes de alta qualidade estão disponíveis aos agricultores e são por eles semeadas.
José Luis da Silva Nunes
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia
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