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Com queda das commodities, pulses são opção com menor risco

Atualmente, o Brasil representa cerca de 3,5% do mercado mundial de pulses


Foto: Paloma Santos

Por Paloma Santos com revisão de Aline Merladete

Nesta quinta-feira (25), o público da Agrobrasília pode participar do 1º Pulse Day, um dia de campo dedicado à apresentação de inovações em produção e insumos na área demonstrativa de pulses — leguminosas secas, como feijão, amendoim, grão de bico, chia, entre outras. No total, o espaço reuniu 42 cultivares. Produtores e representantes do corpo diplomático de vários países puderam conferir as demonstrações, além de palestras e debates.

Atualmente, o Brasil representa cerca de 3,5% do mercado mundial de pulses. No entanto, segundo o CEO da LC Sementas, Leandro Lodêa, o país tem potencial para ser um dos maiores produtores de pulses do mundo, mas a cadeia produtiva necessita de políticas de incentivo.

“Nós temos área, temos clima e temos gente. Precisamos incentivar, fazer os tratados fitossanitários, os acordos internacionais para poder expandir esse número, atender o mercado mundial de uma forma mais organizada, buscando rastreabilidade, certificações, profissionalizando a cadeia como aconteceu com a soja com algodão e com o milho”, justifica.

Na avaliação do executivo, essas culturas garantem uma boa remuneração com risco menor para o agricultor que busca alternativas, com os preços das commodities em queda. “A cultura dos pulses, como o gergelim, o feijão caupi, por exemplo, demandam menos água. Então, você planta o milho na janela ideal e, a partir daí, a área que sobrar dentro da propriedade, uns 30%, a gente consegue colocar essas culturas, que têm uma exigência hídrica menor, e dá um resultado melhor”, explica. 

Para Vinícius Ferrari, CEO de uma das maiores exportadoras de pulses do Brasil, as pesquisas para o desenvolvimento das culturas estão avançando muito. Mas o desafio é o financiamento. “Não existem linhas de crédito específicas para os pulses hoje. A nível de custeio agrícola a nível de seguro rural, dinheiro para comercialização do mesmo e de maquinário específico. Quem planta pulsos tem que comprar muito maquinário específico para esse tipo de cultura”, complementa. 

O gestor lembra dos avanços de políticas para a cultura do milho de pipoca e acredita que, em breve, os pulses também irão percorrer o mesmo caminho: “ela tem zoneamento agrícola, tem linha de crédito específica, tem dinheiro para comercialização. Isso é um trabalho lento mas eu acredito que, cultura por cultura dos pulses, no decorrer dos anos, todos vão se enquadrar nesse mesmo projeto”. 

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