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Bioinsumos ganham força como pilar da sustentabilidade no agro brasileiro

Evento destaca bioinsumos como pilares de uma agricultura sustentável no Brasil


Foto: Alberto Greiber

Autoridades, lideranças do agronegócio, executivos e pesquisadores se reuniram em 9 de outubro, em São Paulo, para discutir os caminhos do Brasil rumo a uma agricultura mais sustentável. O 2º Fórum Bioinsumos no Agro, realizado no auditório da Ocesp, reuniu representantes de instituições públicas e privadas para tratar de temas estratégicos como regulamentação, sustentabilidade, modelos de negócio e marketing, com o objetivo de fortalecer a cadeia de bioinsumos no país.

O evento foi promovido pela Embrapa, pelo Sistema Ocesp e pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), com organização da Araiby, e contou com a presença de diversas autoridades do setor. O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, e o presidente do Sistema Ocesp, Edivaldo Del Grande, deram as boas-vindas aos participantes.

A mesa de abertura foi composta por Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, que representou a presidência da Embrapa; Roberto Betancourt, vice-presidente do Conselho Consultivo do Fórum e do Cosag/Fiesp; e João Adrien, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).

Durante a cerimônia, Paula Packer destacou que os bioinsumos são parte essencial da transição para uma agricultura de baixo carbono e de uma economia baseada em recursos renováveis. Segundo ela, o tema deve ganhar ainda mais destaque nas discussões da COP30, que será realizada no Brasil em 2025.

“Sustentabilidade, agricultura de baixo carbono e bioinsumos são pautas que devemos levar para a COP, mas também olhar para além dela — como país, precisamos mostrar as mudanças que estamos promovendo a curto, médio e longo prazo”, afirmou Packer.

Ciência e inovação como base do avanço O painel “Prioridades para o desenvolvimento sustentável” abriu o ciclo de debates, destacando a valorização dos bioinsumos na agricultura e as linhas de pesquisa em andamento no país. Moderado por João Adrien (SRB), o painel reuniu Eduardo Bastos (IEAg/ABAG), Guilherme Bastos (FGVAgro) e Rodrigo Mendes (Embrapa Meio Ambiente).

Os especialistas enfatizaram a necessidade de investimentos contínuos em pesquisa, inovação e políticas públicas que estimulem a adoção de bioinsumos nas lavouras brasileiras. Mendes ressaltou o papel da pesquisa básica como ponto de partida para inovações capazes de transformar o campo. “A pesquisa aplicada é vital, mas é a pesquisa básica que fornece o alicerce para descobertas científicas com impacto real na agricultura”, afirmou Mendes.

Cooperativismo e comunicação como motores de crescimento Em seguida, o painel “Modelos de Negócios, Gestão e Marketing” destacou a importância do cooperativismo, da capacitação profissional e da comunicação estratégica para o fortalecimento do setor. Moderado por Francisco Matturro (Rede ILPF/ABAG), o debate reuniu Matheus Kfouri Marino (Coopercitrus), Marco Vinholi (Sebrae-SP), o jornalista José Luiz Tejon e Camila Macedo Soares (Biomarketing).

Os participantes defenderam que a organização coletiva e a comunicação eficiente são fatores-chave para ampliar a presença dos bioinsumos no mercado e melhorar a percepção pública sobre a sustentabilidade do agronegócio.

A mesa sobre regulamentação discutiu os avanços e desafios da Lei dos Bioinsumos, abordando os entraves técnicos e jurídicos que ainda limitam o desenvolvimento do setor. O debate, mediado por Roberto Betancourt (Fiesp), reuniu Carlos Goulart (Mapa), Artur Soares (Abinbio), Roberto Levrero (Abisolo), Eduardo Martins (GAAS), Amália Borsari (CropLife Brasil) e Lídia Jorge dos Santos (Sindiveg).

Os painelistas convergiram sobre a importância de um marco legal claro, moderno e alinhado às práticas internacionais, capaz de garantir segurança jurídica, estimular investimentos e dar escala à produção de bioinsumos no país.

Visão estratégica e papel do Brasil na agenda global No encerramento, Roberto Rodrigues, professor emérito da FGV e envoy do agro brasileiro para a COP30, destacou que o Brasil tem condições únicas de se tornar referência mundial em sustentabilidade agrícola. Para ele, o uso de bioinsumos sintetiza a capacidade do país de produzir de forma mais limpa e eficiente, aliando produtividade à conservação ambiental.

Os pronunciamentos finais foram feitos por Alberto Amorim (Secretaria de Agricultura de SP) e Roberto Betancourt (Fiesp), reforçando o compromisso das instituições com a integração entre pesquisa, política pública e setor produtivo.

O 2º Fórum Bioinsumos no Agro consolidou-se como um espaço essencial de diálogo sobre o futuro da agricultura brasileira. As discussões apontaram que, para além das metas climáticas, os bioinsumos representam uma oportunidade estratégica de inovação, competitividade e sustentabilidade — pilares que devem orientar o agro nacional nas próximas décadas.

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