Rastreabilidade do algodão brasileiro é destaque em Brasília
Evento mostra rastreabilidade do algodão como modelo de transparência produtiva

Diretora de relações institucionais da Associação dos Produtores de Algodão (Abrapa) e gestora do programa Sou de Algodão, Silmara Ferraresi apresentou, a convite da WWF-Brasil, as iniciativas do setor que garantem a rastreabilidade do algodão brasileiro. O evento “Alianças e Caminhos: Diálogos para a COP30” reuniu lideranças empresariais, governos, associações setoriais e organizações da sociedade civil na sede da WWF em Brasília, DF. O objetivo era articular caminhos concretos rumo à COP30, que ocorrerá em Belém, em novembro de 2025.
Ferraresi participou do painel “Rastreabilidade como ferramenta de transparência, competitividade e acesso a mercados” para apresentar os programas da Abrapa que garantem a transparência do algodão brasileiro, da semente ao guarda-roupa, oferecendo ao consumidor final informações sobre a origem e todo o processo de transformação da pluma.
Rastreabilidade enquanto estratégia de valor
Durante a apresentação, Ferraresi introduziu os dois programas da Abrapa que conseguem garantir a rastreabilidade de ponta a ponta. O primeiro deles é o Sistema Abrapa de Identificação (SAI), que usa uma etiqueta para monitorar individualmente cada fardo de algodão produzido no país, e inclui dados de origem, beneficiamento e qualidade. O segundo é o programa Sou ABR, que agrega ao seu blockchain os dados do SAI e faz a rastreabilidade da cadeia de custória do algodão, da indústria ao varejo, passando por fiações, tecelagens e confecções. Cada roupa feita com algodão rastreável, recebe uma etiqueta com um QR CODE que dá ao comprador o acesso a todo caminho feito pela fibra, das fazendas até as lojas.
A diretora da Abrapa destacou a união de forças dos diferentes elos da cadeia e a padronização necessária para que a rastreabilidade do algodão seja implementada com sucesso. “Padronização é fundamental. Ninguém consegue fazer rastreabilidade se não houver padronização ao longo da cadeia”. Para Ferraresi, o uso da GS1 facilitou o fluxo da rastreabilidade. “A GS1 foi adotada pelos nossos programas a partir de 2011, e até que essa utilização acontecesse enfrentamos muitos problemas para realizar a sistematização dos processos”, completou.
O gerente de Sustentabilidade da SLC Agrícola, Tiago Agne, destacou, durante o painel, as iniciativas de rastreabilidade adotadas pela companhia em diferentes frentes produtivas, com ênfase no algodão. “O algodão, de fato, é onde nós temos o maior potencial para a rastreabilidade completa, e a iniciativa da Abrapa mostra que isso é possível. A rastreabilidade é importante não só para que a gente possa atender os nossos clientes, mas também para que nós possamos melhorar a gestão interna da propriedade.”
Alianças, caminhos e diálogos
Para a Diretora de Relações Coorporativas da WWF Brasil, Daniela Teston, exemplos reais de transparência e rastreabilidade inspiram outras cadeias produtivas a seguirem o mesmo caminho. “A liderança da Abrapa no diálogo setorial torna a representação da entidade essencial para mostrar como o algodão brasileiro está se posicionando com rastreabilidade ponta a ponta mostram o caminho para outros setores avançarem na mesma direção.”, destacou Teston.
Além de dar destaque à rastreabilidade do algodão como uma estratégia de negócios indispensável para garantir acesso a mercados cada vez mais exigentes, o encontro articulou outros temas que devem ser destaque durante a COP30 no Brasil. Entre eles, a moratória da soja, a TAC da carne e a sustentabilidade das cadeias produtivas, que também tiveram painéis de diálogo.