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Biológicos podem quebrar hegemonia dos químicos

Estudo projetou que os biológicos vão avançar mais alcançando US$ 19 bilhões em 2031


Foto: Arquivo

Um estudo da empresa de pesquisas britânica IDTechEx avaliou o desempenho dos produtos de base biológica na década 2021/2031. A projeção é mais do que otimista para um mercado que vem ganhando espaço diante dos desafios de uma agricultura sustentável e, ao mesmo tempo, rentável.

No cenário dos desafios da agricultura global no próximo século bioestimulantes, biopesticidas e biofertilizantes podem ajudar os agricultores a proteger e aumentar seus rendimentos e a combater pragas e doenças em suas safras de novas maneiras, sem o impacto ambiental de seus equivalentes químicos sintéticos.

Com isso a expectativa é que a dependência de fertilizantes químicos e pesticidas caia. Entre os motivos os males à saúde humana, preços caros e a crescente resistência em muitas espécies de ervas daninhas, insetos e fungos, que está deixando os agricultores com cada vez menos ferramentas para proteger suas plantações.

Produtos biológicos agrícolas podem ser parte da solução para esses desafios. O estudo prevê que o mercado de produtos biológicos agrícolas alcançará US$ 19,5 bilhões em 2031, com o mercado de bioestimulantes valendo US $ 7,5 bilhões e o mercado de biopesticidas chegando a US $ 12 bilhões.

Soluções naturais

Já há vários produtos com origem natural na agricultura. Os bioestimulantes são substâncias que podem ser aplicadas a plantas ou solos para melhorar a absorção de nutrientes e tolerância a estresses, ou seja, melhoram a própria planta, em vez de fertilizantes e pesticidas tradicionais. Por exemplo bactérias fixadoras de nitrogênio.

Os biopesticidas são uma forma de pesticida à base de micróbios ou produtos naturais. Eles geralmente são menos tóxicos do que os pesticidas convencionais e afetam apenas a praga alvo e organismos intimamente relacionados, em contraste com os pesticidas convencionais de amplo espectro que podem afetar organismos tão diferentes como pássaros, insetos e mamíferos. Os biopesticidas geralmente atuam por meio de vários modos de ação ou evitam matar as pragas, tornando o desenvolvimento de resistência muito menos provável.

No entanto, existem desafios. A indústria ainda é jovem e os produtos biológicos ainda não são bem conhecidos, o que leva a problemas de eficácia e consistência. O estudo sugere que os desenvolvedores de bioestimulantes e biopesticidas também devem buscar sistemas regulatórios projetados para produtos químicos sintéticos e pouco adequados para produtos biológicos. 

Em comparação com a indústria de agroquímicos mais ampla, que é altamente consolidada, o mercado de produtos biológicos agrícolas é fragmentado.  Embora isso signifique que existem barreiras menores para a entrada no mercado e a indústria é veloz e inovadora, isso cria um ambiente onde é difícil para os desenvolvedores se diferenciar.

O estudo pode ser acessado aqui

No Brasil

O Brasil busca incentivar o desenvolvimento de novas soluções biológicas baseado na grande biodiversidade nacional. Como forma de fomentar o Ministério da Agricultura lançou, em maio, o Programa Nacional de Bioinsumos, que propõe a disponibilizar um conjunto estratégico de ações para o desenvolvimento de alternativas para a produção agrícola, pecuária e aquícola, fortalecendo o desenvolvimento sustentável.

Em agosto o país bateu o recorde de registros de biológicos com 56 produtos de baixo impacto. São produtos formulados a partir de agentes biológicos de controle de pragas como vírus e bactérias que atacam somente as pragas da lavoura. A expectativa  é aumentar este número até o final do ano.

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