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Em janeiro, IBGE prevê safra de grãos 0,7% menor que em 2011

Redução é resultado da estiagem ocorrida, em especial, na região Sul


A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indica uma produção de 158,7 milhões de toneladas, inferior em 0,7% à obtida em 2011 (159,9 milhões de toneladas), e 1,0% inferior ao último prognóstico (160,3 milhões de toneladas). Esta redução é resultado da estiagem ocorrida de dezembro a janeiro, em especial, na região Sul. No que se refere à produção, o arroz e a soja apresentam, nessa ordem, decréscimos de 14,9% e 6,4%, enquanto que o milho acréscimo de 11,4%. Considerando apenas os produtos da safra de verão (algodão herbáceo, amendoim 1ª safra, arroz, feijão 1ª safra, mamona, milho 1ª safra e soja), a produção prevista é de 121,1 milhões de toneladas, inferior em 5,3% à registrada para esse mesmo conjunto em 2011 (127,9 milhões de toneladas).


A área a ser colhida em 2012, de 50,6 milhões de hectares, aumenta 4,0% em relação a 2011. As três principais culturas (arroz, milho e soja), que, somadas, representam 90,7% da produção, respondem por 83,0% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, a área ocupada com o arroz apresenta uma redução de 9,2%, enquanto milho e soja apresentam variações positivas de 12,3% e 2,5% respectivamente.

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.

Entre as regiões, esse volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 60,8 milhões de toneladas; região Sul, 59,0 milhões de toneladas; Sudeste, 18,1 milhões de toneladas; Nordeste, 16,5 milhões de toneladas; e Norte, 4,3 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, são constatados incrementos nas regiões Nordeste, 12,0%, Sudeste, 5,4% e Centro-Oeste, 8,5% e decréscimos nas regiões Norte, 0,6% e Sul, 12,7%. O Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 22,2%, seguido pelo Paraná, com 19,6%, e Rio Grande do Sul, com 13,4%, estados que representam 55,2% do volume total da produção nacional de grãos.

Estimativa de janeiro em relação à produção obtida em 2011

Dentre os 26 produtos selecionados, oito apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação a 2011: algodão herbáceo em caroço (1,5%), café em grão - arábica (13,5%), café em grão - canephora (3,1%), cana-de-açúcar (8,8%), feijão em grão 2ª safra (16,2%), mamona em baga (34,2%), milho em grão 1ª safra (0,2%) e milho em grão 2ª safra (29,1%). Com variação negativa são 18 produtos: amendoim em casca 1ª safra (8,4%), amendoim em casca 2ª safra (0,6%), arroz em casca (14,9%), aveia em grão (10,8%), batata-inglesa 1ª safra (9,1%), batata-inglesa 2ª safra (11,4%), batata-inglesa 3ª safra (2,0%), cacau em amêndoa (6,2%), cebola (3,6%), cevada em grão (13,3%), feijão em grão 1ª safra (9,0%), feijão em grão 3ª safra (5,7%), laranja (8,3%), mandioca (1,5%), soja em grão (6,4%), sorgo em grão (7,7%), trigo em grão (11,0%) e triticale em grão (2,6%).

Destaques na estimativa de janeiro de 2012 em relação à produção de 2011

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa de algodão herbáceo para 2012 é de 5,1 milhões de toneladas, um incremento de 1,5% em relação a 2011 (5,0 milhões de toneladas). Mato Grosso continua sendo o principal produtor (50,0%), apesar de ter sua área de plantio reduzida em 3,7% (692.866 ha).

ARROZ (em casca) – A produção esperada de 11,4 milhões de toneladas é 14,9% inferior à registrada em 2011 (13,4 milhões de t). Essa avaliação mantém o quadro previsto no terceiro prognóstico (11,9 milhões de toneladas). A diminuição se deve ao Rio Grande do Sul, principal produtor, com 64,4% de participação na produção nacional, que registra uma redução de 17,6% na produção esperada e 10,1% na área plantada em relação a 2011. Confirma-se, ainda, a tendência de queda na área plantada, agora avaliada em 1,1 milhão hectares, como consequência dos baixos preços do produto e da falta de água nas barragens em algumas regiões do estado.

CAFÉ (em grão) - A partir deste mês o IBGE passa a publicar separadamente as duas espécies de café cultivadas no país, o arábica e o canephora. Em janeiro, a safra nacional de café (total), considerando as duas espécies em conjunto, está inicialmente prevista em 2.957.597 t ou 49,3 milhões de sacas de 60 kg. O crescimento da produção frente à safra de 2011 está estimado em 10,8%, embora a área de colheita deva decrescer 0,4%, estando previstos 2.100.999 ha. A área total ocupada com as duas espécies é de 2.300.186 ha. Com referência ao café arábica (em grão), o país deverá produzir, em 2012, 2.238.857 t, equivalentes a 37,3 milhões de sacas de 60 kg, 13,5% a mais que em 2011, sendo que o rendimento médio, característico de um ano de “alta”, deverá aumentar 14,0% frente ao ano passado. Embora a área a ser colhida apresente decréscimo de 0,5%, a área total ocupada com café arábica no país deve aumentar 7,7%, representando 125.137 ha de novos plantios. O café arábica representa 75,7% de todo café cultivado no Brasil. No que se refere ao café canephora (em grão), que representa 24,3% do total produzido no Brasil, o país deverá produzir 718.740 t (12,0 milhões de sacas).

FEIJÃO (em grão) 1ª safra – A produção esperada de 1,8 milhões de toneladas é 9,0%, menor que em 2011. Registra-se uma área plantada de 2,2 milhões de hectares, menor 8,4% que no ano passado. No Paraná, maior produtor com 18,9% da produção nacional, a área a ser colhida de 246.131 ha e a produção esperada de 344.235 t são menores que as registradas na safra das águas de 2011 em 28,5% e 35,5%, respectivamente.

MILHO (em grão) 1ª safra – Aguarda-se para o milho 1ª safra uma produção de 34,2 milhões de toneladas, superior em 0,2% à observada em 2011. Apesar de haver um aumento de 7,8% na área plantada, houve diminuição no rendimento médio de 8,7% em relação ao ano anterior, o que proporcionou estabilidade na produção. O quadro favorável em relação ao incremento de área é reflexo da recuperação dos preços do produto, o que se consolidou ao longo do ano de 2011, fazendo com que muitos produtores optassem por esse cultivo de verão, em detrimento de outras culturas. Na região Sul, maior produtora, a área plantada de 2,7 milhões de hectares é superior em 10,6% à de 2011 e a produção esperada de 13,1 milhões de toneladas, comparativamente ao mesmo ano, é inferior em 15,3%.

MILHO (em grão) 2ª safra – A produção do milho 2ª safra deve alcançar 28,3 milhões de toneladas, o que representa 29,1% a mais que a produção do ano anterior. A área plantada e o rendimento médio também tiveram aumento de 11,1% e 11,5%, respectivamente. Este aumento deve-se a Mato Grosso e Paraná, primeiro e segundo maiores produtores, que tiveram sua produção aumentada 36,8% e 55,3%, respectivamente, em relação à safra de 2011.

SOJA (em grão) – A produção esperada de 70,0 milhões de toneladas apresenta variação negativa de 6,4% em comparação ao total obtido em 2011. A área a ser colhida aponta um crescimento de 2,5%, enquanto que o rendimento médio esperado registra um decréscimo de 8,7%, sendo respectivamente, 24,7 milhões de hectares e 2.841 kg/ha. No que se refere ao rendimento médio, a queda reflete as condições climáticas desfavoráveis ocorridas na região Sul, como a estiagem verificada nos meses de dezembro e janeiro. Esta região registrou uma diminuição nessa variável de 24,5%.

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