O trio nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) são os nutrientes mais utilizados pelas plantas. O fósforo é o que participa por mais tempo do ciclo de vida - age no crescimento, desenvolvimento e reprodução. Mas sua reposição sempre foi considerada um desafio. ''O fósforo reage facilmente com outros elementos do solo e acaba sobrando muito pouco para o aproveitamento da planta'', explica Roberto Antunes Fioretto, professor da UEL. Por esta característica é comum dizer que do volume aplicado no solo a planta absorve entre 45% e 50%.
Como o mineral só é absorvido pela raiz das plantas - a raiz precisa chegar até ele -, a característica da baixa mobilidade do fósforo no solo é outro fator que complica seu aproveitamento. ''A maior aplicação do adubo ocorre no período de plantio. Até a semente formar raiz o fósforo já se perdeu nas reações químicas com o solo'', alerta Fioretto.
Uma novidade que está chegando ao mercado promete elevar o aproveitamento do mineral para até 90%. É o Top-Phos, produzido pela Timac Agro Brasil, que pertence ao grupo francês Roullier. O produto, segundo o pesquisador José Maria Garcia-Mina, diretor do Centro de Investigação em Produção Animal e Vegetal (Cipv), na unidade do grupo em Pamplona, na Espanha, incorpora uma molécula orgânica que se liga ao fósforo por meio de uma ponte metálica, impedindo sua reação com metais e outros componentes do solo.
Os estudos ocorrem há mais de sete anos em parceria com a Universidade de Navarra, também na Espanha, e já colecionam resultados de aumento de produtividade. No Brasil faz aproximadamente dois anos que o produto está no mercado, mas o lançamento oficial está ocorrendo este ano, desde o mês de março, com a realização de eventos voltados a revendedores e produtores. Na última safra o produto foi utilizado em diversas culturas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em fevereiro, um grupo de pesquisadores, técnicos e revendedores esteve em Pamplona para conhecer os laboratórios da Timac Agro.
Garcia-Mina explica que produto inova ao provocar uma reação química estável no momento do ataque da rocha pelo ácido sulfúrico ou fosfórico, limitando sua fixação no solo. ''Sem o risco da neutralização, toda a força do nutriente fica disponível para ser aproveitada pela planta.'' O diretor de pesquisa destaca que outra molécula incorporada ao novo fertilizante estimula o desenvolvimento de micro-organismos do solo, aumentando a atividade microbiana e o crescimento de raízes, fvorecendo seu uso no sistema de plantio direto.
Marco Justus, diretor da Timac Agro no Paraná, destaca que o novo fertilizante não se limita à oferta de fósforo. ''O Top-Phos tem altos teores de cálcio e enxofre. O produto pode também ser aproveitado pelas plantas em profundidades superiores a 20 centímetros.'' Outra vantagem, que está sendo analisada, é a de ter efeito residual por até duas safras. ''A recomendação ainda é para a aplicação do produto na mesma dosagem em todas as safras, mas há fortes indícios da disponibilidade das moléculas de fósforo por mais tempo'', avisa. Justus admite que o custo do produto está um pouco acima da formulação supersimples, com valor estimado em 1,5 saca de soja por hectare. (C.G.)
Como o mineral só é absorvido pela raiz das plantas - a raiz precisa chegar até ele -, a característica da baixa mobilidade do fósforo no solo é outro fator que complica seu aproveitamento. ''A maior aplicação do adubo ocorre no período de plantio. Até a semente formar raiz o fósforo já se perdeu nas reações químicas com o solo'', alerta Fioretto.
Uma novidade que está chegando ao mercado promete elevar o aproveitamento do mineral para até 90%. É o Top-Phos, produzido pela Timac Agro Brasil, que pertence ao grupo francês Roullier. O produto, segundo o pesquisador José Maria Garcia-Mina, diretor do Centro de Investigação em Produção Animal e Vegetal (Cipv), na unidade do grupo em Pamplona, na Espanha, incorpora uma molécula orgânica que se liga ao fósforo por meio de uma ponte metálica, impedindo sua reação com metais e outros componentes do solo.
Os estudos ocorrem há mais de sete anos em parceria com a Universidade de Navarra, também na Espanha, e já colecionam resultados de aumento de produtividade. No Brasil faz aproximadamente dois anos que o produto está no mercado, mas o lançamento oficial está ocorrendo este ano, desde o mês de março, com a realização de eventos voltados a revendedores e produtores. Na última safra o produto foi utilizado em diversas culturas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em fevereiro, um grupo de pesquisadores, técnicos e revendedores esteve em Pamplona para conhecer os laboratórios da Timac Agro.
Garcia-Mina explica que produto inova ao provocar uma reação química estável no momento do ataque da rocha pelo ácido sulfúrico ou fosfórico, limitando sua fixação no solo. ''Sem o risco da neutralização, toda a força do nutriente fica disponível para ser aproveitada pela planta.'' O diretor de pesquisa destaca que outra molécula incorporada ao novo fertilizante estimula o desenvolvimento de micro-organismos do solo, aumentando a atividade microbiana e o crescimento de raízes, fvorecendo seu uso no sistema de plantio direto.
Marco Justus, diretor da Timac Agro no Paraná, destaca que o novo fertilizante não se limita à oferta de fósforo. ''O Top-Phos tem altos teores de cálcio e enxofre. O produto pode também ser aproveitado pelas plantas em profundidades superiores a 20 centímetros.'' Outra vantagem, que está sendo analisada, é a de ter efeito residual por até duas safras. ''A recomendação ainda é para a aplicação do produto na mesma dosagem em todas as safras, mas há fortes indícios da disponibilidade das moléculas de fósforo por mais tempo'', avisa. Justus admite que o custo do produto está um pouco acima da formulação supersimples, com valor estimado em 1,5 saca de soja por hectare. (C.G.)