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MAPA vai lançar Comitê Temático de Insumos

Grupo vai debater os principais temas ligados ao setor de insumos, incluindo fertilizantes


Foto: Eliza Maliszewski

A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou, durante a solenidade de abertura do 8º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, a criação de um Comitê Temático no dia 29 de novembro, para debater os principais temas ligados ao setor de insumos, incluindo a área de fertilizantes, com a participação da inciativa privada e de entidades setoriais, a fim de garantir o fornecimento dos insumos para as próximas safras brasileiras. O evento online é uma realização da ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos.

De acordo com a Ministra, está prevista uma viagem ainda em dezembro para o Canadá, com o intuito de manter conversas com esse país e com seus fornecedores sobre o tema de fertilizantes. Ela fez um resumo sobre a reunião empresas russas e com o Ministério de Desenvolvimento daquela nação, que asseguraram o cumprimento dos contratos já estabelecidos. “Foi uma conversa alinhada, no qual ressaltaram que o Brasil é um parceiro estratégico”, pontuou Tereza Cristina, que acrescentou que eles iriam também estudar a possibilidade de estudar algum excedente ao país.

Em sua participação no evento, a Ministra comentou sobre sua reunião com outras empresas globais, incluindo fornecedor da Bielorrússia, cuja preocupação está nas sanções econômicas que aquele país deverá receber por parte da União Europeia e dos Estados Unidos, gerando dificuldades para suas exportações. Todas essas ações realizadas ou programadas pelo MAPA foram decorrentes de um encontro com o setor de fertilizantes que expôs seus desafios atuais.

O 8º Congresso Brasileiro de Fertilizantes está sendo acompanhado por mais de 3000 participantes. Na abertura, Eduardo de Souza Monteiro, Presidente do Conselho de Administração da ANDA, ressaltou a contribuição do setor de fertilizantes para a competitividade, produtividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Ano passado, o segmento alcançou o recorde de 40 milhões de toneladas vendidas, o que representou um crescimento de 12% comparado a 2019, de 36 milhões de toneladas comercializadas. “Consultorias estimam um novo recorde em 2021”,afirmou. 

Ele comentou sobre a alta dependência das importações no setor e, em decorrência desse cenário, o Governo Federal iniciou um debate para a criação de um plano federal de fertilizantes para contribuir com o desenvolvimento ainda maior do segmento. A ANDA tem participado ativamente dessa iniciativa, assim como seus associados, por meio de diversas frentes de trabalho, que sugerem a desoneração da tributação de toda a cadeia de produção, o estímulo de novas tecnologias, do uso consciente de fertilizantes e de uma infraestrutura logística e de armazenamento mais eficientes.

Mercado Brasileiro e Mundial de Fertilizantes

O primeiro painel “Mercado Brasileiro e Mundial de Fertilizantes” mostrou a importância de se investir em fertilizantes, mesmo diante da alta dos preços. Alzbeta Klein, CEO e diretora geral da International Fertilizer Association (IFA), comentou os três pontos de disrupção que afetou o setor, como os eventos de clima que culminaram em perdas de plantações, como os furacões nos Estados Unidos; o cenário global econômico, com a elevação do preço de energia, e as questões geopolíticas, como sanções para alguns setores e países. Ela analisou ainda que a produção brasileira de fertilizantes permanece abaixo da necessidade do consumo doméstico e, por isso, o país é um dos principais importadores mundiais do setor. 

Já Corrine Ricard, sênior VP e presidente da Mosaic Fertilizantes Brasil, destacou que o agronegócio brasileiro não é apenas um sucesso econômico, mas também na área de sustentabilidade ambiental, ao adotar práticas sustentáveis. A seu ver, os preços dos fertilizantes estão alinhados à demanda, mesmo que eles possam parecer frustrantes aos produtores rurais no curto prazo. Contudo, ela ponderou outros insumos também tiveram aumento em seus preços, afetando igualmente o setor. Além disso, sua companhia conta com um índice pra analisar o aumento dos preços e o aumento dos insumos, o que colabora na compra de nutrientes no momento mais assertivo para um melhor retorno. 

No painel, Carlos Cogo, fundador da Cogo Inteligência em Agronegócio, trouxe como os fertilizantes contribuem para o aumento de produtividade no agro, e mostrou, por meio de uma simulação, que o produtor brasileiro tem mais rentabilidade do que o americano. Era preciso apenas de 6,4 sacas de soja para aquisição do pacote de fertilizantes para 1 hectare nas regiões Sul/Sudeste. Hoje, seriam 13,9 sacas de soja, 2,5 a mais do que está sendo plantado. Mesmo assim, a rentabilidade se manteria. A seu ver, o produtor nacional comprou os fertilizantes em patamar mais baixos para a safra 2021/2022. 

De acordo com a Universidade de Illinois, os Estados Unidos enfrentarão a alta dos preços de fertilizantes, pesticidas e sementes neste momento, em que estão comprando para a safra 2022-2023 e, como consequência, haverá redução expressiva na rentabilidade tanto na soja como no milho. 

Segundo Cogo, as projeções até 2025 indicam que o modal brasileiro passará de rodoviário para hidroferroviário. “Vai trazer muita competitividade, com o custo do frete do Centro-Oeste para os portos do Norte menor, em torno de 40%”, ponderou. 

* com informações da assessoria de imprensa

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