MG: estudo busca viabilizar exploração de pó de basalto
Estudo servirá de base para pedir autorização junto ao Mapa para extrair o remineralizador de solo
Foto: Divulgação
Uberlândia (MG) pode ser um novo polo de extração de pó de basalto. A prefeitura do município trabalha em estudos e pesquisas de viabilidade técnica e ensaio de eficiência agronômica da rocha como remineralizador de solo. Os resultados, conduzidos desde 2017, têm sido promissores e foram entregues na semana passada pelo prefeito Odelmo Leão a representantes de mineradoras que atuam no município, cujo solo é rico nesse tipo de rocha silicática.
As informações contidas no material atestam sobre a qualidade do pó de rocha originário de Uberlândia e poderão ser utilizadas pelas empresas na obtenção de registro junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para produção e comercialização do subproduto da mineração.
"Eu acredito que estamos diante de uma nova revolução agrária com a disseminação do uso do pó de rocha na remineralização do solo. Aqui em Uberlândia, o pó de basalto é abundante, rico em minerais e esse estudo entregue aqui hoje para as mineradoras é um novo passo para fortalecer a logística em torno do produto", disse o prefeito.
Conforme o estudo, a composição mineral e as características físico-químicas do pó de basalto local evidenciaram a viabilidade de sua utilização na melhoria da qualidade do solo, atendendo exigências de instrução normativa do Mapa.
Como remineralizador de solo, o pó de basalto é capaz de auxiliar na recuperação da terra da forma mais natural possível e com viabilidade econômica, que é o grande desafio de todo produtor. O material possui destaque para as concentrações de cálcio, magnésio e potássio. Os estudos apontam para aumento de rendimento na produção e melhora de sanidade das plantas, com maior retenção de carbono no solo e maior resistência às intempéries. Consequentemente, o minério colabora na redução do uso de fertilizantes sintéticos, que encarecem os custos da lavoura.
"Já no início dos estudos, constatamos um aumento de 10% no peso de 1 mil grãos de soja cultivada em solo que teve aplicação do pó de basalto. Isso é um exemplo do potencial que esse produto tem na produção agrícola", relatou o engenheiro agrônomo Marcos de Matos Ramos, que participou do estudo.
A secretária municipal de Agronegócio Economia e Inovação, Thalita Jorge, destacou a experiência da equipe técnica da pasta, que também conduz um estudo local sobre a aplicação de pó de basalto em pequenas propriedades rurais. Atualmente, há dez experimentos em andamento (em cultivos como brócolis, couve, alface, maracujá e banana, entre outros).
"Em um dos experimentos, de cultivo de couve, houve a percepção do próprio produtor de que as folhas se desenvolveram mais, além de terem se desenvolvido em um tipo de solo que não era considerado produtivo por ele. É uma informação que nos deixa felizes e satisfeitos, pois estamos no caminho de mais uma solução para apoiar os produtores locais", destacou a secretária.