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Pastagem irrigada e adubada

Três de Maio/RS desenvolve projeto em ferti-irrigação para garantir rendimento


Com um pivô de irrigação, é possível hidratar e nutrir as pastagens ao mesmo tempo, em Três de Maio, no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Desde setembro, o setor de pecuária da Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem) testa em seu campus um novo sistema de irrigação de pastagens, que utiliza, além de água, a urina e o esterco do gado leiteiro.

O projeto desenvolvido em uma área de 3,2 hectares tem como objetivo garantir mesmo em época de estiagem uma boa produção de leite nas propriedades, já que a região é um dos principais polos leiteiros do Estado. O sistema foi denominado ferti-irrigação, por adubar e irrigar. Conforme o coordenador do setor de pecuária da Setrem, Marcelo Rigo, experiências mostraram um ganho de rendimento de 40% em pastagens em comparação com uma área em que a ferti-irrigação não foi adotada.

– Para melhorar o rendimento de uma propriedade leiteira, não pode ter déficit hídrico. Com o sistema, além de ter água, se está adubando – destaca o professor.

O uso de esterco de animais para adubação não é novidade no campo. Porém, o mais empregado é o de suínos. E também a maneira de levá-los à lavoura ou pastagem era outra. No passado, o trator ajudava na distribuição de dejetos. No sistema estudado pela Setrem, a aplicação de esterco e urina é feita por meio de um pivô central, o mesmo que serve para a irrigação.

– Além de diminuir custo, melhora a qualidade da fertilização. Se a pastagem for socada com o trator, o efeito não é o mesmo. E tem ainda o desgaste da máquina, o uso de diesel – destaca Rigo.

O custo do investimento, de cerca de R$ 28 mil com o equipamento de irrigação e com a bomba que vai puxar os dejetos, pode ser diluído em quatro ou cinco anos, conforme Rigo. A ferti-irrigação é aplicada na pastagem a cada seis dias, por uma hora a duas horas. Após implantação do projeto, dobrou a produção de feno da forragem de tifton. Onde a produção era de 400 fardos por hectare, passou a ser 750 fardos na mesma área. Segundo o professor, além da vantagem do aumento da produção de massa verde, o sistema também possibilita queda nos custos, em razão da redução do uso de adubação química.
Como funciona
> O gado leiteiro fica em um fristal (galpão). Ali, os dejetos são direcionados diariamente para esterqueiras.
> A água da limpeza do fristal é adicionada à urina e ao esterco (cerca de 50% a 60% da mistura é água).
> Uma bomba puxa os dejetos para piquetes onde o sistema de ferti-irrigação foi implantado.
> Com um pivô, a mistura chega até a pastagem. Depois de sete dias, a pastagem pode ser utilizada.
> Todo o processo é movido a luz, mas também pode ser usado um motor a diesel para movimentar a bomba.
 
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